Poderia um prédio chamar atenção em meio a tantos outros dentro de Nova York, uma “selva de pedra”? Acredite que sim! Há um arranha-céu, completamente acinzentado graças a natureza discreta do projeto e sem janelas à vista.
Desde a curiosidade de populares até teorias estranhas o prédio intriga quem passa ou conhece a região. Há quem diga que é assombrado, o escritório dos vampiros ou a sede dos “Homens de Preto”.
“Mas o que prédio é esse e porque o Minha Operadora está falando sobre ele?”, você deve estar se perguntando. Pois bem, trata-se do Long Lines Building, da operadora AT&T (American Telephone and Telegraph Company), uma das maiores companhias de telecomunicações dos Estados Unidos.
Como um prédio da AT&T se tornou tema de lendas urbanas?
O prédio está localizado na 33 Thomas Street, Nova York, e é amplamente conhecido como Long Lines Building. Foi projetado pelo renomado arquiteto John Carl Warnecke e sua construção ocorreu entre os anos de 1969 e 1974.
A finalidade principal do prédio era abrigar os equipamentos de comutação telefônica da AT&T, fazendo dele um dos centros de telecomunicações mais importantes dos Estados Unidos.
Os equipamentos de telecomunicação instalados no prédio exigiam um ambiente com bastante espaço e uma localização extremamente segura.
Por essa razão, os andares do edifício possuem uma altura maior do que a média dos prédios convencionais. Apesar de sua aparência externa dar a impressão de um arranha-céu com 40 andares, na realidade, ele conta com apenas 29 andares.
Além disso, circulam rumores que foram relatados por uma super reportagem do The Intercept, que o prédio foi projetado para suportar uma explosão nuclear.
Diz-se que ele era equipado com provisões suficientes para sustentar 1.500 pessoas por um período de duas semanas em caso de uma catástrofe. Porém o ideal sempre foi proteger o material de comunicação (não pessoas), afinal eram suficientemente pesados, tanto que precisavam de um prédio para serem abrigados.
The Intercept, NSA, AT&T e vigilância doméstica
A reportagem feita pelo The Intercept em 2016 relatou que o 33 Thomas Street, em Manhattan, é suspeito de ser usado pela NSA como um local de vigilância, conhecido como TITANPOINTE.
Documentos vazados por Edward Snowden indicam que o prédio abriga um importante centro de comunicações internacionais da AT&T, utilizado para interceptar chamadas telefônicas entre os EUA e vários países.
A NSA teria acesso a essas comunicações para um programa controverso de vigilância que inclui alvos como a ONU, o FMI, o Banco Mundial e 38 países, incluindo aliados dos EUA.
Essas revelações destacam a profunda colaboração entre a AT&T e a NSA, levantando preocupações sobre a privacidade e os limites da vigilância doméstica e estrangeira. Na época a A NSA se recusou a comentar para essa matéria.
Atualmente o prédio continua sendo da operadora, que ainda recorre a ele quando necessário, mas não é mais sede principal de comunicação da companhia. Além dos mistérios envoltos e do que não pode ser revelado e confirmado, ele está no coração de Nova York intrigando a todos que passam com seu visual diferente.