19/11/2024

Apagão global afeta bancos, voos e telecomunicações ao redor do mundo

Embora seja em menor proporção, o problema técnico começou a afetar as operações no Brasil, especialmente as bancárias.

Nesta sexta-feira (19), vários países enfrentaram um apagão global de tecnologia, que afetou as redes de televisão nacionais, bancos, companhias aéreas, operadoras ferroviárias, bolsas de valores e outros serviços. De acordo com a autoridade nacional de cibersegurança da Austrália, o problema é um “apagão técnico de grande escala“, e que afetou várias empresas.

Usuários relatam ‘tela azul da morte’ em aparelhos Microsoft — Foto: Reprodução

Países como Estados Unidos, Espanha, Reino Unido, Nova Zelândia, Índia, e Holanda também reportaram problemas em alguns serviços, ocasionando na paralisação de linhas de trem, apagão na bolsa de valores e atraso de voos em diversos aeroportos. O canal de televisão Sky News está fora do ar. O canal infantil e adolescente da BBC, CBBC, também ficou fora do ar.

Nos Estados Unidos, companhias aéreas, como Delta, United e American Airlines, tiveram seus voos suspensos na manhã desta sexta, segundo a Administração Federal de Aviação (FAA). “Todos os voos, independentemente do destino” foram suspensos devido aos “problemas de comunicação“, disse a FAA.

Houve suspensão de voo também na Alemanha. À AFP, uma porta-voz disse que “há atrasos no check-in e as operações de voo tiveram que ser canceladas“. Ela acrescentou que não poderia dizer quando seriam retomadas.

No Alasca, a polícia informou que houve apagão nas linhas de telefone de emergência. No Facebook, a polícia disse que “muitos call centers de emergência e de 911 [o número de emergência nos EUA] não estão funcionando devidamente no Estado do Alasca“.

Aeroportos na Espanha, Holanda, Índia, China, Singapura e França também foram afetados pela falha informática global. Veículos norte-americanos reportam que os serviços de emergência 911 nos Estados Unidos estão fora do ar em diversos estados.

E no Brasil?

De acordo com o Downdetector, algumas empresas no Brasil também estão sendo afetadas pelo “apagão global”. Entre eles estão o Bradesco, Neon, Next, Claro e Microsoft. Inclusive, o Bradesco informou que os seus canais digitais estão indisponíveis.

De acordo com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), o apagão global não afeta os aeroportos no Brasil.

“Recebemos a notícia de que companhias aéreas ao redor do mundo estão sendo afetadas em suas operações devido a um apagão cibernético. Até o presente momento, não tivemos impacto nas operações dos aeroportos brasileiros”, escreveu o ministro nas redes sociais.

“Vamos continuar monitorando ao lado da Anac para que o nosso transporte aéreo não tenha prejuízos”, acrescentou Costa Filho.

No entanto, a companhia aérea Azul já reportou que teve pelo menos cinco voos domésticos afetados em Belo Horizonte, que a “intermitência no sistema global de reservas” pode causar atrasos.

O que causou o apagão global?

Conforme os relatos das empresas e entidades afetadas, o problema ocorreu nos softwares da empresa de segurança Crowdstrike em sistemas Windows, da Microsoft. A Crowdstrike informou que o apagão global se deveu a um problema de atualização de sistema.

“A Crowdstrike está ativamente trabalhando com clientes impactados por um defeito encontrado em uma atualização de conteúdo para servidores Windows. Servidores Mac e Linux não foram impactados. Este não é um incidente de segurança ou ataque cibernético”, afirma a nota.

“O problema foi identificado, isolado e um conserto está sendo feito. Encaminhamos os clientes ao portal de suporte para as mais recentes atualizações e vamos continuar oferecendo atualizações completas e contínuas em nosso site.”

A Crowdstrike é uma empresa de segurança online, cujo objetivo é proteger algumas das maiores empresas do mundo de ataques cibernéticos. Ela é especializada em proteção de segurança e busca evitar que softwares ou arquivos maliciosos atinjam redes corporativas. A Crowdstrike também é focada em proteção de dados para empresas que migraram suas bases de seus próprios computadores para servidores em nuvem.

Este não é um incidente de segurança ou ataque cibernético”, disse o CEO George Kurtz em uma declaração publicada no X na sexta-feira.

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