Nesta quarta-feira (03), a Claro anunciou ter atingido a velocidade de 10,4 Gbps em testes com o padrão de rede 5.5G, tecnologia também chamada de 5G Advance (5GA). Segundo a operadora, a chamada prova de conceito (PoC) foi realizada ao ar livre, com uma antena comercial ativa no Lago Sul, em Brasília, em condições semelhantes às quais se darão o uso da tecnologia pelo cliente.
Os testes foram feitos em parceria com a Huawei, que forneceu os equipamentos de rede de acesso da estação rádio base e software do núcleo principal da rede 5G standalone. A Claro declara que a velocidade mais alta obtida na Prova de Conceito (PoC) demonstrou picos de velocidade aproximadamente 10 vezes maior que a registrada nos picos do 5G convencional.
O padrão 5.5G é considerado uma evolução do 5G, e pode potencializar a conectividade em grandes eventos, onde muitas pessoas querem fazer transmissão ao vivo e postagens de vídeo ao mesmo tempo, além do uso de dispositivos FWA (“fixed wireless access”) com “aplicações inovadoras” , por exemplo.
A expectativa da operadora é que quando estiver rodando comercialmente, a velocidade do 5.5G seja entre 6 e 9 Gbps em equipamentos compatíveis com a rede, patamar muito superior à média que se tem hoje, em que o usuário alcança 389 Mbps utilizando a quinta geração no dia a dia.
Para o teste, dois modems de internet móvel foram ligados para realizar a chamada “agregação” das frequências, tendo em vista que não há smartphones disponíveis no mercado compatíveis com a tecnologia. As faixas de frequência utilizadas foram de 800 megahertz (MHz) de ondas milimétricas, além de frequências já utilizadas no 5G convencional, totalizando 1.070 MHz de banda agregada para transmissão de dados.
Para usar algumas das frequências ainda não disponíveis, a operadora precisou recorrer a licenças científicas de uso temporário, voltada para uso experimental e não comercial.
“A tecnologia evolui quando ampliamos a capacidade e a complexidade nos testes. E foi o que fizemos em Brasília. Tiramos a tecnologia das quatro paredes, do laboratório, e levamos o 5.5G para a rua. Certamente, há um caminho longo a ser percorrido, na evolução do 5G, na utilização das frequências, na disponibilização de equipamentos e no mercado. Mas são resultados importantes”, Paulo Cesar Teixeira, CEO da unidade de consumo e PME da Claro.
Testes em laboratórios
A Claro explicou que já realizou testes em laboratórios, considerados ambientes com um nível de controle maior. No entanto, queria experimentar a tecnologia em condições mais próximas da realidade dos usuários. Por isso, foi escolhida uma antena que opera comercialmente.
“Esta abordagem permite que, não só a Claro, mas também o mercado avalie o desempenho do 5.5G em condições mais desafiadoras; oferecendo uma visão valiosa do seu potencial”, destacou.
A Vivo e a TIM também já realizaram teste de 5.5G, onde atingiram a velocidade de 6,7 Gbps e 11,6 Gbps, respectivamente. No primeiro caso, o experimento foi realizado em uma convenção de funcionários, enquanto que o segundo em um laboratório fechado.