22/12/2024

Competição está acirrada no mercado móvel brasileiro, segundo CEO da América Móvil

‘O Brasil é muito grande. Então, você pode ver em alguns estados, em alguns lugares, promoções muito fortes. Em outros, menos', diz Hajj.

Em conferência com analista para comentar os resultados financeiros do segundo trimestre do ano, o CEO da América Móvil, Daniel Hajj, falou sobre o Claro Brasil e sua atuação no mercado brasileiro, mas também comentou sobre os negócios da empresa em outros países. Segundo ele, há uma competição bastante acirrada no setor móvel do país.

Foto: (Mariana Bazo/Reuters)

Com isso, a empresa busca controlar custos para conseguir melhores resultados. “O Brasil é muito grande. Então, você pode ver em alguns estados, em alguns lugares, promoções muito fortes. Em outros, menos. Mas, no geral, não é só preço. Acho que também temos controlado muito os custos. Nosso Ebitda está crescendo mais do que a receita“, afirmou Hajj.

Segundo o executivo, a Claro Brasil teve um bom desempenho, principalmente no móvel, que seguirá em expansão pelos próximos trimestres. O bom resultado da operadora será impulsionada não apenas pela atração de mais usuários móveis, mas também pelo equacionamento de custos.

Hajj explicou que a oferta de produtos digitais tem reflexo positivo sobre o EBITDA, a custo reduzido para a empresa. “Com isso, acredito que o crescimento no móvel que estamos tento será sustentável e mantido no Brasil”, afirmou.

O CEO do grupo mexicano também declarou que a Claro observa a inflacão no Brasil. “No Brasil, a inflação está entre 4% a 5% [ao ano]. Então, você tem que aumentar alguns preços. Devido a essa inflação, temos alguns custos para reajustar todos os anos. E estamos conseguindo controlar isso“, disse.

Fora do Brasil

O executivo afirmou que não descarta ampliar sua operação no Chile. No caso, a estratégia poderia ser a compra da WOW, empresa local que passa por recuperação judicial. A companhia “está aberta a alternativas”, afirma Hajj, embora não exista nenhum plano formal definido.

“Ainda não sabemos se haverá um processo de fusão ou aquisição, ou não. No momento, estamos abertos à possibilidade, mas seguimos investindo nas sinergias [da ClaroVTR], na implantação de novas infraestrutura, de fibra, de 5G, de mais capacidade e maior cobertura no geral [no Chile]. Mas abertos às alternativas que surgirem com a WOW”, afirmou o executivo.

No Chile, a América Móvil marca presença por meio da ClaroVTR, resultado da fusão de sua base móvel no país com a rede óptica fixa da VTR, empresa do grupo Liberty.

Ele ainda contou que a empresa está investindo em outros países. “Estamos investindo no México e no Brasil. Mas temos um plano para todos os países. Estamos investindo na Colômbia, na Argentina e em diferentes países da América Latina. Temos um plano de investimento capex para todos os países onde estamos presentes“, afirmou.

“Vamos continuar fazendo isso e expandindo nossa rede de fibra onde for necessário”, completou.

Resultados da América Móvil

No segundo trimestre do ano, o grupo registrou um prejuízo de 1 bilhão de pesos mexicanos (cerca de US$ 56,5 milhões), por conta da depreciação da moeda do país em relação ao dólar. A receita da empresa foi de US$ 11,5 bilhões (205,5 bilhões de pesos mexicanos).

O EBTDA, lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações, avançou 5,6% na comparação anual, ficando em US$ 4,68 bilhões (83,1 bi de pesos). No semestre, contudo, o Ebitda caiu 2%, totalizando US$ 13,8 bilhões (245,1 bi de pesos). A margem Ebitda foi de 38,9% para 40,4% nos três meses até junho, e de 39,2% para 40%, no semestre encerrado no mesmo mês.

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