Em conferência com analista para comentar os resultados financeiros do segundo trimestre do ano, o CEO da América Móvil, Daniel Hajj, falou sobre o Claro Brasil e sua atuação no mercado brasileiro, mas também comentou sobre os negócios da empresa em outros países. Segundo ele, há uma competição bastante acirrada no setor móvel do país.
Com isso, a empresa busca controlar custos para conseguir melhores resultados. “O Brasil é muito grande. Então, você pode ver em alguns estados, em alguns lugares, promoções muito fortes. Em outros, menos. Mas, no geral, não é só preço. Acho que também temos controlado muito os custos. Nosso Ebitda está crescendo mais do que a receita“, afirmou Hajj.
Segundo o executivo, a Claro Brasil teve um bom desempenho, principalmente no móvel, que seguirá em expansão pelos próximos trimestres. O bom resultado da operadora será impulsionada não apenas pela atração de mais usuários móveis, mas também pelo equacionamento de custos.
Hajj explicou que a oferta de produtos digitais tem reflexo positivo sobre o EBITDA, a custo reduzido para a empresa. “Com isso, acredito que o crescimento no móvel que estamos tento será sustentável e mantido no Brasil”, afirmou.
O CEO do grupo mexicano também declarou que a Claro observa a inflacão no Brasil. “No Brasil, a inflação está entre 4% a 5% [ao ano]. Então, você tem que aumentar alguns preços. Devido a essa inflação, temos alguns custos para reajustar todos os anos. E estamos conseguindo controlar isso“, disse.
Fora do Brasil
O executivo afirmou que não descarta ampliar sua operação no Chile. No caso, a estratégia poderia ser a compra da WOW, empresa local que passa por recuperação judicial. A companhia “está aberta a alternativas”, afirma Hajj, embora não exista nenhum plano formal definido.
“Ainda não sabemos se haverá um processo de fusão ou aquisição, ou não. No momento, estamos abertos à possibilidade, mas seguimos investindo nas sinergias [da ClaroVTR], na implantação de novas infraestrutura, de fibra, de 5G, de mais capacidade e maior cobertura no geral [no Chile]. Mas abertos às alternativas que surgirem com a WOW”, afirmou o executivo.
No Chile, a América Móvil marca presença por meio da ClaroVTR, resultado da fusão de sua base móvel no país com a rede óptica fixa da VTR, empresa do grupo Liberty.
Ele ainda contou que a empresa está investindo em outros países. “Estamos investindo no México e no Brasil. Mas temos um plano para todos os países. Estamos investindo na Colômbia, na Argentina e em diferentes países da América Latina. Temos um plano de investimento capex para todos os países onde estamos presentes“, afirmou.
“Vamos continuar fazendo isso e expandindo nossa rede de fibra onde for necessário”, completou.
Resultados da América Móvil
No segundo trimestre do ano, o grupo registrou um prejuízo de 1 bilhão de pesos mexicanos (cerca de US$ 56,5 milhões), por conta da depreciação da moeda do país em relação ao dólar. A receita da empresa foi de US$ 11,5 bilhões (205,5 bilhões de pesos mexicanos).
O EBTDA, lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações, avançou 5,6% na comparação anual, ficando em US$ 4,68 bilhões (83,1 bi de pesos). No semestre, contudo, o Ebitda caiu 2%, totalizando US$ 13,8 bilhões (245,1 bi de pesos). A margem Ebitda foi de 38,9% para 40,4% nos três meses até junho, e de 39,2% para 40%, no semestre encerrado no mesmo mês.