A Ligga, operadora de pequeno porte com sede no Paraná e controlada pelo fundo de investimento de Nelson Tanure, foi a única a apresentar uma oferta pela ClienteCo da Oi. A proposta foi de R$ 1,03 bilhão para adquirir toda a base de clientes da Oi, que conta com mais de quatro milhões de usuários.
Outras duas empresas que estavam na disputa, Vero Internet e BrasilTecpar, não apresentaram nenhuma oferta. O valor oferecido pela Ligga é significativamente menor do que o que a Oi estava pedindo inicialmente, que era R$ 7,3 bilhões.
Para que uma empresa pudesse participar desta fase de venda da base de clientes da Oi, era necessário que a oferta fosse feita em dinheiro. Isso acontece porque a Oi tem uma proposta alternativa de sua empresa coligada, a V.Tal, que é uma empresa de rede neutra controlada pelo BTG.
A V.Tal assinou um acordo com os credores da Oi para comprar toda a carteira de fibra óptica da operadora em uma segunda rodada de negociações. Assim, se a Oi não conseguir vender a ClientCo (a base de clientes) ao mercado na primeira tentativa, a V.Tal deverá apresentar sua proposta de compra.
Segundo o plano de recuperação judicial aprovado na semana passada, a Oi esperava arrecadar pelo menos R$ 7,3 bilhões com a venda da ClientCo. No entanto, como o valor da oferta foi bem menor do que o esperado, o juiz da recuperação judicial suspendeu a audiência da primeira rodada para que a proposta seja analisada e deliberada pelos credores.
O mercado acredita que, devido à grande diferença entre a oferta da Ligga e o valor pretendido pela Oi (uma diferença de 86%), os credores não aceitarão essa proposta e optarão pela oferta da V.Tal, que também envolve a troca de ações.
Vale ressaltar que a Oi colocou à venda sua base nacional de clientes de banda larga, inicialmente considerando a possibilidade de aquisições regionais, o que acabou não se confirmando.
Com 4,73 milhões de clientes em abril deste ano, segundo a Anatel, a base de clientes da Oi vem diminuindo mensalmente. A venda desse ativo é crucial para que a empresa, em recuperação judicial, possa fechar um novo acordo com seus principais credores privados.