21/11/2024

TV 3.0, digital e analógica: o que é e como funciona cada uma

Com o avanço tecnológico, é normal surgir mudanças e tecnologias mais avançadas que outras. Saiba o que as diferenciam uma da outra.

Volta e meia noticiamos aqui que o Ministério das Comunicações (MCom) autorizou a transmissão de novos canais de TV digital em diversas cidades do país. Essas autorizações são uma iniciativa do governo para substituir as atuais antenas parabólicas pela digital. No entanto, muitas pessoas não sabem o que isso significa e o que a diferencia uma da outra. Além disso, ainda temos a TV 3.0, que ainda é pouco conhecida.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Com o avanço tecnológico, é normal surgir mudanças e tecnologias mais avançadas. Com a televisão não seria diferente. Por isso, hoje, o Minha Operadora vai explicar tudo que você precisa saber sobre a TV analógica, digital e 3.0.

TV analógica

A TV analógica surgiu em 1924 e usa sinais analógicos para transmitir vídeo e áudio, envolvendo um processo simples usando o envio de ondas eletromagnéticas contínuas. Nas casas, essa tecnologia é reconhecida pelas antenas de escamas de peixe.

O problema dos sinais analógicos é que eles variam em uma faixa contínua de valores possíveis, o que acaba causando interferência e ruído eletrônico. Ou seja, aqueles chuviscos e paralisações são resultados dessas variações. Em alguns casos, até deixam o sinal fora do ar quando há uma queda abaixo do limite onde a recepção não é mais possível ou se torna intermitente.

Em 2008, a transmissão do sinal analógico começou a ser desligada no Brasil. A medida é uma necessidade de melhorar a qualidade da transmissão de imagem e TV. Além disso, a tecnologia faz uso de frequências que passaram a ser utilizadas pelo 4G e 5G. O plano é aposentar a TV analógica nos próximos anos.

Desligamento do sinal analógico

Em dezembro de 2023, o MCom comunicou que o sinal de TV analógica ficará disponível até 2025. Depois haverá o seu desligamento. Dessa forma, das 1.005 cidades que ainda usam o sinal analógico, 721 não estão totalmente digitalizadas, enquanto que 284 possuem canais digitais com pendências de consignação. Já os demais 3.187 municípios encerram oficialmente as transmissões em 15 de dezembro.

A importância para o desligamento do sinal analógico, além do avanço tecnológico e melhor qualidade de TV, se deve ao avanço do 5G que precisa integralmente da faixa de frequência usada pela tecnologia para entregar todo o seu potencial, onde promete maior velocidade e menor latência de internet móvel.

Na transmissão analógica, o sinal é enviado e recebido pela TV por meio da antena. Esse sinal é então interpretado por um tubo de rádio catódico e transforma em sons e imagens exibidos na sua tela.

TV Digital

As transmissões digitais começaram a aparecer no Brasil em 2007, desde então, o governo, assim como as emissoras, passaram incentivar o processo de migração, que começou em 2016.

O sinal captado pela antena na TV digital funciona diferente da analógica. Na transmissão digital, o sinal envia um código binário que é interpretado pelo sistema da televisão, transformando os 0s e 1s em imagens e sons de alta definição. Essa é a principal diferença entre as duas transmissões.

A televisão analógica oferece uma resolução de, no máximo 512 por 400 pixels, a TV digital oferece resolução Full HD. Já em relação ao áudio, enquanto o sinal analógico recebe dois canais de som, o digital recebe até seis.

Vantagens do sinal digital

A TV digital é um avanço, levando experiência mais imersiva e melhor qualidade. Suas vantagens são:

  • Qualidade da imagem: além da transmissão em alta definição, a TV digital elimina possíveis interferências, com chiados e chuviscos. Ou seja, por ter resolução maior que a da analógica, entrega uma experiência mais imersiva e de maior qualidade.
  • Qualidade de som: o analógico conta com apenas dois canais de som, enquanto que o digital permitiu a expansão do número para seis. Com isso, o espectador consegue focar mais na TV.
  • Interatividade: com os receptores da TV digital, é possível interagir com a programação das emissoras, pois mostra os canais disponíveis na tela da TV. Inclusive, há alguns equipamentos que permitem conectividade com a internet e oferecem sincronização com aplicativos de streaming, como Globoplay, Netflix, Amazon Prime, etc.
  • Estabilidade de sinal: na anagógica, o sinal era frequentemente prejudicado por questões climáticas. No digital, essa preocupação é eliminada, mantendo o sinal estável mesmo em situações como chuva e vento.

Diferenças entre as tecnologias

FatorTV digitalTV analógica
ResoluçãoFull HDMáximo 512 por 400 pixels
RecursosInteratividade e Múltiplos fluxos de áudio e
vídeo
X
InterferênciaNuncaSim
ProgramaçãoMúltipla – até 6 programações por canalÚnica
SomDolby digital – até seis canaisAté dois canais

Como substituir a TV analógica pela Digital

Assim como já mencionamos, a faixa de frequência usada pelas parabólicas tradicionais precisa ser liberada para uso do 5G. Para isso, é necessário a substituição do equipamento de transmissão de TV. Para auxiliar nessa transição, o governo federal tem distribuído um kit gratuito para as famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).

O kit é composto por uma antena projetada para receber transmissões digitais terrestres, um conversor digital e cabos para conexões. Para solicitar os equipamentos, a pessoa pode entrar em contato com a central de atendimento pelo telefone 0800 729 2404 ou acessar o site da Siga Antenado. É necessário ter o Número de Identificação Social (NIS) e o Cadastro de Pessoa Física (CPF) em mãos.

No site, será necessário inserir informações do beneficiário, que irá escolher a data e o horário disponíveis para a entrega do kit digital em sua residência. Depois disso, é só aguardar a entrega.

Para os outros que não são beneficiários do programa, podem adquirir o kit digital em lojas de produtos eletrônicos.

TV 3.0

A TV 3.0 é o novo padrão tecnológico, uma evolução da TV digital. Lançado oficialmente em abril pelo Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, a novidade promete mais qualidade de imagem, com aparelhos com a tecnologia de até 8K, para permitir melhor resolução, e maior contraste de cores. A ideia é proporcionar uma experiência de “som de cinema”.

“O grande diferencial vai ser justamente a questão da integração da transmissão da televisão com uma melhor qualidade de imagem, qualidade de som, com a conectividade, com a internet, com a banda larga” afirmou Filho no lançamento em abril.

Imagem: Rodrigo Mozelli (gerado com IA)/Olhar Digital

Alguns sites informam erroneamente que o novo padrão será a transmissão da TV via internet. Mas não é! A TV 3.0 será necessariamente preciso ter internet. A conectividade vai apenas proporcionar mais opções de conteúdo para o telespectador. Por exemplo, a possibilidade de interatividade com os produtos que são distribuídos pela TV aberta.

Com a TV 3.0, as emissoras poderão ter seus próprios aplicativos voltados para as smart TVs, além de poder recuperar suas receitas que sofreram queda com a propagação em massa dos streaming e das redes sociais. Outra possibilidade é a integração de compra direta pela TV via anúncios ou apps integrados.

Além disso, ela poderá abandonar o atual sistema de coordenação por números. No modelo 3.0, os canais serão acessados pelos aplicativos, semelhante aos botões para acesso às plataformas de streaming.

Quando a TV 3.0 vai chegar?

De acordo com o MCom, a tecnologia está programada para começar a ser implantada em 2025, começando pelas grandes cidades. Inclusive, a pasta já estipulou que a Agência Nacional de Telecomunicações guardasse faixas VHF alto (174-216 MHz) e UHF (470-608 MHz e 614-698 MHz) ao serviço de radiodifusão de sons e imagens e ao serviço de retransmissão de televisão.

Além disso, o Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD) está na fase final de testes das tecnologias de transmissão do padrão proposto à TV 3.0. A previsão é que seja concluído em dezembro de 2024.

Para implementação da TV 3.0, assim como ocorre com a migração para a TV digital, o governo estuda disponibilizar, de forma gratuita, os conversores às famílias de baixa renda.

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