24/11/2024

Geração Z é a que mais relata ter sofrido golpes digitais, diz relatório

Em estudo sobre segurança e e-commerce conduzido pela Akamai, o grupo que mais atingido de golpes foi o entre 18 e 24 anos.

A Geração Z é que mais tem sido vítima dos golpes digitais. Ao menos é o que revela um relatório recente da Akamai, empresa de serviços de nuvem e que fala sobre segurança online.

A companhia lançou um relatório sobre e-commerce e as práticas online dos consumidores brasileiros. Entre outras informações relevantes está a de que a geração Z é a que mais relata ter sido vítima de golpes digitais. 

Apenas 44,76% dos respondentes entre 18 e 24 anos, e 45,33% das pessoas entre 24 e 29 anos afirmam nunca ter sofrido um golpe. Essas são as únicas faixas de idade nas quais mais de metade das pessoas afirmam ter sido vítimas – na geração baby boomer (mais de 60), são 52,38%.

Assim, entre os respondentes, o número de pessoas na geração Z sofrendo golpes é 17% maior que entre os baby boomers. 

A geração Z, em sua definição mais comum, consiste nas pessoas nascidas entre 1996 e 2012 – tendo, assim, entre 11 e 28 anos. Os números brasileiros refletem uma tendência mundial.

Ano passado, uma pesquisa similar nos Estados Unidos, realizada pela Deloitte, apontou que membros da Geração Z sofriam 3 vezes mais golpes que os da geração baby boomer. 

Helder Ferrão, gerente de estratégia de indústrias da Akamai LATAM, afirma que esses dados do relatório parecem ser contraditórios, afinal a geração Z é a conhecida “nativa digital”. Ou seja, são pessoas que não conheceram o mundo sem internet. Mas ele alerta:

“As coisas acabaram sendo mais complexas do que isso: houve recentemente uma leva de notícias sobre empregadores reclamando dos mais jovens, de que chegam ao mercado sem saber conceitos básicos de informática, como o que são arquivos e pastas. Por sua experiência ser com celulares e tablets, mas não computadores. Houve, de fato, um déficit no ensino de informática, mas os jovens são mais rápidos em aprender – assim como adotam novas tecnologias, adotam novos hábitos.”

Um exemplo claro desse fenômeno é a maneira como os mais jovens adotam novas tecnologias. Entre os adultos de 18 a 24 anos, 75,52% afirmam utilizar o Pix para suas compras online. No entanto, essa taxa diminui gradualmente com a idade, chegando a apenas 47,62% entre os indivíduos com mais de 60 anos.

Esse entusiasmo por inovação pode, infelizmente, expor os jovens a fraudes. Segundo Helder, a diferença de confiança nas tecnologias entre gerações é um fator importante. As pessoas mais velhas, especialmente aquelas com mais de 60 anos, geralmente são mais cautelosas e menos propensas a usar aplicativos bancários devido à falta de confiança na tecnologia.

Helder observa ainda que, enquanto há golpistas que visam os idosos, também existem especialistas que se concentram em jovens. Esses golpistas usam aplicativos de namoro, plataformas de investimento e serviços de busca de emprego para aplicar seus golpes. Eles costumam veicular anúncios em redes sociais populares entre os jovens, como Instagram e TikTok. Embora esses anúncios sejam eventualmente removidos, o dano já foi causado.

Hábitos e golpes

O golpe mais comum entre os brasileiros de todas as idades é a compra de produtos que não chegam, afetando um em cada quatro, com 30% de incidência tanto na geração Z quanto entre os baby boomers.

O segundo golpe mais frequente é a clonagem de cartões após compras online, atingindo 14% da população. Aqui, os jovens de 18 a 24 anos são menos afetados (9%) comparados aos maiores de 60 anos (17%).

A pesquisa da Akamai revelou que 74% dos brasileiros fazem compras online pelo menos uma vez por mês, e 6% compram diariamente. Apenas 2% nunca compraram pela internet.

Os millennials (30 a 39 anos) são os que mais compram online, com 84% fazendo isso mensalmente, em comparação com 74% entre os jovens de 18 a 24 anos, 80% entre 25 e 29 anos e 58% para maiores de 60 anos.

Além disso, a preferência por sites de compras varia por geração. Jovens (18 a 24 anos) preferem marketplaces internacionais para eletrônicos (33%) em relação aos nacionais (30%), enquanto pessoas com mais de 60 anos preferem sites nacionais (33%) aos internacionais (23%). A pesquisa destaca que, apesar das diferenças geracionais, todos estão sujeitos a cair em golpes.

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