O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) solicitou que ao Google e à Apple reforçassem a segurança dos usuários que acessam aplicativos de e-mail pelo smartphone. No ofício enviado às empresas, a pasta propõe que seja incluindo senhas adicionais e biometria (como impressão digital e Face ID).
De acordo com MJSP, essas etapas de segurança são importantes, porque é comum os assaltantes exigirem da vítima que entregue o aparelho desbloqueado. Assim, eles conseguem acesso às informações do aparelho, além de tentar recuperar senhas bancárias em anotações e aplicativos de e-mail. O que facilita a ação do criminoso sem essa proteção exclusiva no aplicativo.
Manoel Carlos de Almeida Neto, secretário-executivo do ministério, explica que hoje há uma lacuna de proteção em casos em que há roubo de celulares. “Hoje, a primeira ação de um assaltante após o roubo é tentar encaminhar ao e-mail da vítima um link de recuperação das senhas dos aplicativos bancários. Aí há uma lacuna de proteção, já que o e-mail não pede senha adicional ou biometria, como os aplicativos financeiros“, detalha Neto.
A solicitação da pasta integra um conjunto de ações do Programa Celular Seguro, ferramenta de combate ao roubo e furto de aparelhos, lançado em dezembro de 2023. As parcerias com as big techs são vistas como estratégicas nesse sentido.
Nova fase do Celular Seguro
Em 1º de agosto, o programa entrou em uma nova fase, onde um grupo de trabalho irá produzir um protocolo nacional de recuperação de celulares furtados ou roubados. O documento deverá orientar a atuação de 11 estados que estão participando da iniciativa piloto. Após o teste, a medida será implantada em todas as unidades da Federação.
Atualmente, os usuários do aplicativo já podem solicitar o bloqueio total (aplicativos, aparelho/IMEI e chip) do aparelho roubado ou furtado. Com a nova funcionalidade, será possível escolher bloquear apenas os aplicativos e o chip, acionando o Modo Recuperação, que vai permitir recuperar o aparelho.
No Modo Recuperação, o Celular Seguro será informado pelas operadoras de telefonia quando um novo chip for instalado no aparelho roubado ou furtado. A partir daí, policiais estaduais poderão tomar providências.
O cidadão também vai poder verificar se existe alguma restrição para o aparelho que deseja adquirir. Ele poderá consultar a Base Nacional de Boletins de Ocorrência do Sinesp (Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública).