De acordo com um estudo elaborado pela Links Field, MVNO brasileira especializada em soluções de conectividade M2M e IoT, o desligamento das redes 2G e 3G terá um custo de R$ 10,5 bilhões até 2028. A projeção envolve os mercados de rastreamento e de pagamento, com aquisição de dispositivos, troca de equipamentos e serviços agregados.
A pesquisa intitulada “Impacto Econômico do Desligamento do 2G/3G no Brasil“, afirma que a transição resultará na substituição de quase 12 milhões de aparelhos entre 2024 e 2028, o que criará desafios operacionais para os empresários, mas também abrirá oportunidades consideráveis para mão de obra especializada.
A operadora estima que o custo por dispositivo será de R$ 194, resultado de média de devices que podem variar de R$ 70 a R$ 1 mil (nos usos mais sofisticados). Com o custo médio de serviços de instalação estimado em R$ 100, chega-se à cifra de R$ 3,4 bilhões para o segmento. “A transição de tecnologia é uma oportunidade para inovação e crescimento. No entanto, entendo que é um processo complexo e repleto de incertezas”, afirmou o sócio fundador e CTO da Links Field, Marcos Betiolo.
“Questões de compatibilidades de dispositivos entre redes antigas e novas é um desafio. Outro ponto é a velocidade com que os usuários atualizarão seus dispositivos”, complementa.
Suporte às redes
Nesse contexto, a Links Field aponta os impactos nos serviços 2G e 3G de grandes operadoras, que já focam em tecnologias mais modernas. “Em 2024, algumas operadoras e prestadores de serviços começaram a se posicionar comercialmente em relação ao suporte de tecnologias“, explica o estudo.
“Em novos contratos e propostas comerciais, essas empresas têm enfatizado que focam na garantia de funcionamento apenas das redes 4G e 5G, deixando as redes 2G/3G fora dos compromissos contratuais. Embora as redes 2G e 3G ainda estejam disponíveis para os clientes, os novos contratos deixam claro que o foco será o desenvolvimento e a manutenção das redes mais modernas”, afirmou a operadora virtual.
A MVNO lembra também de um acordo entre a Vivo e a TIM de compartilhamento de redes 4G (RAN Sharing). Esse acordo permite que o cliente tenha sinal onde da outra operadora, quando a da sua prestadora não estiver disponível.
Essa medida visa otimizar os recursos das operadoras e ampliar a cobertura do 4G, atenuando o impacto da transição de tecnologia. Até o final de junho de 2024, o acordo já havia alcançado 1.300 cidades e resultou na desativação de 6.400 antenas pelas duas empresas.