Nesta quinta-feira (08), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que assinou uma resolução para bloquear o acesso ao X (antigo Twitter) por 10 dias no país. O bloqueio começou no mesmo dia às 21h na Venezuela — 22h no horário de Brasília. A rede social só pode ser acessada pelos venezuelanos por meio de redes privadas, conhecidas como VPN’s.
Desde a eleição presidencial no país, que Maduro tem frequentemente criticado o dono do X, Elon Musk. “Assinei um documento com a proposta feita pela Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações da Venezuela) que decidiu desativar a rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, durante dez dias da circulação da Venezuela para que eles apresentem suas documentações”, disse Maduro, um encontro com seus apoiadores, televisionado pela mídia estatal.
O presidente afirma que Musk violou as regras da sua própria rede social, além de ter violado “todas as leis da Venezuela”, “incitando o ódio, o fascismo, a guerra civil, a morte, ao enfrentamento dos venezuelanos”.
“A rede social X, e Elon Musk, dono do X, violou todas as normas da própria rede social, incitando o ódio, o fascismo, a guerra civil, a morte e o enfrentamento entre venezuelanos. E aqui se respeita a lei. Por isso foi assinada uma proposta feita pela Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações), que decidiu retirar a rede social X durante 10 dias. Fora X da Venezuela por 10 dias”, disse Maduro.
Enquanto a suspensão estiver vigente, o regulador de telecomunicações na Venezuela deverá estabelecer a “medida administrativa definitiva” para suspender definitivamente a rede social do país.
Segundo o presidente da Venezuela, Elon Musk está por trás do suposto ataque hacker sofrido pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) no dia da votação. “[Ele] quer controlar o mundo, já controla a Argentina (…) Você quer briga, Elon Musk? Estou pronto, sou filho de (Simón) Bolívar e (Hugo) Chávez, não tenho medo de você“, disse Maduro, na semana passada, segundo a agência France-Presse.
Contra as redes sociais
Durante o encontro, Maduro reforçou seu posicionamento de que “rompeu relações” com o WhatsApp, e pediu que os venezuelanos fizessem o mesmo. Nesse caso, o presidente argumenta que o aplicativo de mensagens é usado por grupos fascistas para ameaçar a Venezuela.
Maduro também já tem apresentado posicionamento contra o TikTok e o Instagram, em uma postagem no X, alegando que incitam violência no país após diversos protestos eclodirem.
O presidente foi reeleito para um terceiro mandato no dia 28 de julho, validado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela. No entanto, a oposição e outros países contestaram o resultado. Os registros oficiais de votação estão sendo investigados pela justiça no país.