15/10/2024

Starlink oferece internet gratuita para regiões afetadas por furacões, mas exige compra de kit

Starlink promete internet gratuita após furacões Milton e Helene, mas exige compra de kit inicial de quase US$ 400.

A Starlink, empresa de Elon Musk, anunciou uma medida emergencial para fornecer conectividade em áreas atingidas pelos furacões Milton e Helene. O serviço, anunciado como gratuito, promete acesso temporário à internet para ajudar as comunidades afetadas, mas há um detalhe significativo: os usuários precisam adquirir um kit inicial da empresa, que pode custar cerca de US$ 400, somando hardware, taxas e envio.

Elon Musk usando um boné "Make America Great Again", com um mapa ao lado destacando estados dos EUA como Carolina do Norte, Carolina do Sul e Flórida, relacionados à cobertura de serviços de emergência oferecidos pela Starlink após furacões Milton e Helene.

Ajuda para regiões afetadas, mas com limitações

Os furacões Milton e Helene causaram devastação em diversas áreas dos Estados Unidos, interrompendo redes de comunicação e dificultando os esforços de resgate. Em resposta, a Starlink lançou um plano chamado “Hurricane Relief”, oferecendo internet via satélite sem custo até o final de 2024 para aqueles que adquirirem o equipamento necessário.

A proposta promete facilitar o acesso à internet, especialmente em locais onde a infraestrutura de telecomunicações foi destruída. No entanto, embora o serviço mensal seja gratuito durante o período emergencial, a exigência de adquirir um kit Starlink — disponível em varejistas como Best Buy e Home Depot — gerou críticas, pois impõe custos significativos para vítimas que já estão em situação de vulnerabilidade.

Uma captura de tela mostra quanto o site da Starlink cobra quando um residente em uma área afetada insere seu endereço.

Como funciona o plano “Hurricane Relief”

Novos usuários interessados devem visitar o site da Starlink, inserir o endereço e verificar se a localidade está elegível para o plano de alívio. Para quem já é cliente, é possível solicitar créditos temporários através de um ticket de suporte. A Starlink também aumentou temporariamente o limite de ativação para até 12 kits por conta residencial, visando apoiar esforços de resposta emergencial em maior escala.

Ao fim do período gratuito, os usuários serão automaticamente migrados para planos pagos, como o “Residential” (US$ 120 mensais) ou o plano de roaming “Roam Unlimited”.

Controvérsias sobre a iniciativa

Apesar da intenção de ajudar, a medida recebeu críticas de moradores e especialistas. Kinney Baughman, residente de Boone, na Carolina do Norte, destacou que a exigência de compra do kit cria barreiras. “Estamos falando de lugares onde a fibra foi rompida e o sinal de celular não chega. Pode levar meses até que o serviço convencional seja restabelecido”, afirmou ele ao The Register.

Além disso, a plataforma X (antigo Twitter) registrou polêmicas sobre a suposta cooperação entre Musk e Donald Trump para expandir o alcance do serviço. O ex-presidente afirmou ter pressionado Musk para enviar mais kits para áreas carentes na Carolina do Norte, o que gerou questionamentos sobre a transparência e motivações por trás da iniciativa.

A Starlink não é a única empresa que atua na resposta a desastres naturais com serviços de conectividade. Operadoras como a Intelsat e a Globalstar também estão envolvidas em operações de resgate, utilizando satélites para restaurar a comunicação em áreas remotas. A Globalstar, por exemplo, oferece conectividade para iPhones em situações de emergência, enquanto a Intelsat enviou terminais para pontos críticos afetados pelos furacões, em parceria com a organização Help.NGO.

Em comunicado oficial, a Federal Communications Commission (FCC) destacou a importância da conectividade durante emergências e reiterou que continuará concedendo autorizações emergenciais, como a fornecida para a Starlink, para garantir serviços essenciais em áreas afetadas.

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