A partir de 28 de fevereiro de 2025, a Disney fará uma mudança significativa no mercado brasileiro de TV paga. A gigante do entretenimento anunciou que vai encerrar quase todos os seus canais lineares no Brasil, mantendo apenas os canais ESPN. A decisão reflete o foco crescente da empresa em sua plataforma de streaming, o Disney+.
Entre os canais que sairão do ar estão nomes de peso, como Star Channel, Cinecanal, FX, Nat Geo, Disney Channel e Baby TV. Essas emissoras, que marcaram gerações, não resistiram à queda de audiência registrada nos últimos anos.
A ESPN, no entanto, continuará ativa na TV paga. O canal esportivo permanece relevante graças à transmissão de eventos ao vivo, incluindo ligas de futebol como a Premier League e a La Liga, além de esportes como NFL e NBA.
O Disney+ será o principal destino do conteúdo dos canais que serão encerrados. A empresa decidiu concentrar seus esforços no streaming, uma tendência que já impacta o mercado de TV linear.
Segundo comunicado, essa decisão foi motivada pelas mudanças no comportamento do público. O consumidor prefere cada vez mais acessar conteúdos sob demanda, no seu tempo, ao invés de depender de uma grade fixa de programação.
Embora emblemática, a decisão da Disney ainda não representa uma tendência generalizada. Empresas como Warner e Globo continuam apostando em seus canais lineares e mantêm parcerias robustas com operadoras como Claro e SKY.
No entanto, a iniciativa da Disney pode acender o alerta para outras empresas do setor. A queda na quantidade de assinaturas de TV paga no Brasil é visível. Dados do IBGE mostram que, em 2023, apenas 25,2% dos lares tinham TV por assinatura, contra 27,7% no ano anterior.
O streaming continua ganhando espaço. O IBGE também revelou que 31,1 milhões de residências brasileiras acessavam plataformas como Disney+ em 2023. Esse crescimento reflete uma mudança no hábito de consumo de mídia, que agora valoriza flexibilidade e personalização.
Mesmo com o avanço do streaming, especialistas afirmam que a TV linear ainda não está com os dias contados. Conteúdos ao vivo, como eventos esportivos e noticiários, continuam sendo pontos fortes desse formato.
A Disney, por sua vez, aposta em um modelo híbrido, mantendo a ESPN ativa na TV paga enquanto reforça o Disney+ como o carro-chefe de sua estratégia digital.
Com essa mudança, o mercado de mídia e entretenimento no Brasil entra em uma nova fase. Para o consumidor, é o fim de uma era marcada por canais icônicos e o início de uma jornada mais conectada ao universo do streaming.