A Deutsche Telekom Global Business Solutions, braço corporativo da gigante europeia das telecomunicações, acaba de anunciar sua entrada oficial no mercado brasileiro de redes móveis privativas 4G e 5G. Com mais de 90 redes desse tipo já implantadas na Europa e América do Norte, a empresa chega ao Brasil com um portfólio robusto, mirando principalmente os setores de mineração, agronegócio, óleo e gás, e manufatura.
A oferta, que inclui design, implementação, serviços gerenciados e suporte ao cliente, será estruturada em três modelos distintos: redes públicas (baseadas na infraestrutura já existente das operadoras), redes dedicadas (com todos os equipamentos instalados nas dependências do cliente) e redes híbridas, que mesclam ambos os modelos para equilibrar performance e custo.
A novidade vem em um momento estratégico. Segundo o relatório “Quadrante Mágico para Serviços de Rede Móvel Privada 4G e 5G” (em tradução livre), lançado pela consultoria Gartner em janeiro de 2025, a Deutsche Telekom foi posicionada como líder global na oferta dessas soluções. A pesquisa destaca a capacidade da empresa em implantar redes seguras e de alto desempenho voltadas para automação industrial, internet das coisas (IoT) e fábricas inteligentes, principalmente em ambientes desafiadores como portos, minas e áreas remotas.
No Brasil, a operação estará sob o comando de Daniel Sartori, head de conectividade móvel da Deutsche Telekom Global Business. Ele ressalta que a chegada ao país não é apenas uma expansão territorial, mas também um movimento estratégico para atender a uma demanda crescente por conectividade confiável em áreas onde o Wi-Fi e as redes públicas não dão conta do recado. “Temos no país um ecossistema formado por parceiros globais e locais para a expansão deste mercado, oferecendo a mesma qualidade de conexão e serviço que já entregamos no exterior”, afirma Sartori.
As redes privativas surgem como alternativa potente para empresas que precisam de conexão segura, com baixa latência e disponibilidade constante. Elas oferecem benefícios como maior controle sobre dados, isolamento de redes públicas — o que aumenta a segurança — e flexibilidade para adaptar a rede às necessidades específicas de cada negócio.
Entre os setores mais promissores para esse tipo de solução estão a mineração, onde é possível rastrear equipamentos e funcionários em tempo real mesmo em túneis subterrâneos; o agronegócio, com fazendas inteligentes que dependem de sensores e máquinas conectadas; e a indústria, que pode usar a conectividade para automação de processos e manutenção preditiva.
Outro diferencial apontado pela empresa é sua abordagem agnóstica, ou seja, a disposição para trabalhar com diferentes fornecedores e tecnologias, adaptando cada projeto à realidade do cliente. Isso inclui desde a escolha do espectro de frequência — licenciado ou compartilhado — até a arquitetura da rede e a integração com sistemas legados ou de segurança operacional (OT).
A Deutsche Telekom Global Business chegou ao Brasil em 2023, mas o grupo já atua no país com serviços de telecomunicações desde 2005. No mundo, a companhia está presente em mais de 25 países e conta com cerca de 3 mil funcionários. O portfólio inclui também serviços como SD-WAN, MPLS, IoT e conectividade para montadoras.
Com o mercado global de redes privativas projetado para ultrapassar US$ 45 bilhões até 2033, segundo a própria Gartner, a movimentação da Deutsche Telekom no Brasil promete acirrar a disputa entre grandes operadoras e integradoras que já oferecem esse tipo de solução no país. E, para os setores industriais brasileiros, isso pode significar o início de uma nova era de conectividade — mais segura, estável e sob controle total das empresas.
