25/04/2025

Brisanet se posiciona: roaming será aberto, mas só com reciprocidade

CEO defende equilíbrio no mercado e exclusão de MVNOs (operadoras móveis virtuais) para evitar distorções na competição.

Brisanet se posiciona roaming será aberto

Diante de toda a discussão sobre a 2ª Revisão do Plano Geral de Metas de Competição (PGMC), que a Anatel promoveu em março, em Brasília, se destacou a fala do CEO da Brisanet, José Roberto Nogueira.

A empresa estará oferecendo a possibilidade de abrir a rede móvel para o roaming de outras operadoras, porém se houver reciprocidade. “A Brisanet vai abrir, com reciprocidade, roaming para qualquer operadora nas nossas redes pelo mesmo preço, a R$ 1,80, como é hoje”, afirmou Nogueira.

O executivo ressaltou, no entanto, que isso iria valer apenas para operadoras com infraestrutura própria, então não incluindo as conhecidas como MVNOs (operadoras móveis virtuais). Ele garante que isso seria fundamental para evitar o desequilíbrio competitivo.

Nada de vantagem para quem não investe

Nogueira foi objetivo em sua conclusão: permitir que as MVNOs, que não possuem redes próprias, usem o sistema da Brisanet, iria gerar uma concorrência desigual. Principalmente se tratando das cidades menores, onde os preços são agressivos por parte das operadoras virtuais. “Em Limoeiro (CE), tem MVNO cobrando R$ 29 por 20 GB. Mais barato que a Brisanet!”, criticou.

Roaming com troca justa de favores

O CEO deixou claro qual seria a sua ideia, mostrando seu modelo ideal. Se você quiser usar a rede da sua empresa, deverá permitir que ela também use a sua. Isso seria um movimento de expansão e também iria baixar os custos de implantação de novas redes, nas regiões onde não chegou o investimento.

“Assumimos compromissos nos leilões, especialmente em áreas rurais. E estamos entregando não só 4G como 5G standalone nessas regiões”, disse Nogueira. Ele ainda destacou o progresso da infraestrutura da Brisanet, que tem crescido muito, mesmo fora dos grandes centros.

Um mercado mais justo (e competitivo)

O executivo ainda aproveitou o evento para comentar sobre o histórico de compartilhamento de redes no Brasil, falando então sobre o RAN Sharing (compartilhamento da infraestrutura de rádio).

Ele citou que as cidades pequenas acabaram prejudicadas por esse modelo, entre 2017 e 2020, não incentivando mais a instalação de redes próprias. Diante disto, a Brisanet quer evitar esse conflito fazendo essa nova proposta.

“O Wi-Fi entregou 98% de cada bit trafegado nessas cidades, mas a receita do móvel é maior do que da banda larga fixa”, contou. Por mais que o consumo de dados tenha como principal o Wi-Fi, o verdadeiro lucro estaria no tráfego via rede móvel.

Olho no futuro (e no interior)

Deixando exposta a sua ideia de investir em regiões mais afastadas e seguir o plano de investimento em infraestrutura própria, a Brisanet deixou claro seu posicionamento: a empresa está disposta a colaborar, compartilhando sua rede, mas as demais terão também que dividir as suas.

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