22/11/2024

Atraso no streaming: a quebra de paradigma

Na última semana, repleta de jogos decisivos de campeonatos estaduais, a Guigo TV trouxe uma inovação que promete fazer com que o paradigma do atraso no streaming se quebre de vez.

Os assinantes e alguns jornalistas selecionados puderam acompanhar a semifinal e finais do Campeonato Paulista através de uma conexão de internet pública sem nenhum atraso na transmissão, em alguns casos chegando até antes do sinal da TV aberta e cabo (dependendo de praça e operadora).

A tecnologia que hoje é dominante no streaming é um padrão que já existe no mercado desde o início da década de 2010. O protocolo HLS (Http Live Streaming) foi lançado pela Apple em 2009, enquanto o protocolo MPEG-DASH foi publicado em 2012. Dez anos depois, usamos padrões da época em que a Netflix ainda estava presente em menos de 10 países no mundo.

Transmissões ao vivo pela internet pública não eram comuns na época, muito menos a transmissão de eventos de grande audiência. Os protocolos usados possuem características cujo objetivo é manter a estabilidade do vídeo em infraestruturas de baixa qualidade. Não são protocolos pensados na expansão da fibra e do 5G. Os pontos de presença e as interconexões cresceram de forma exponencial, e mesmo assim, um vídeo ao vivo demora mais de 20s para chegar na casa do consumidor.

Se pararmos para pensar, após dois anos de pandemia, onde houve uma migração maciça para o trabalho remoto em vídeo, entrega de vídeo em alta resolução e com latência mínima, independente do encoding, deveria ser algo padrão. Mas o trabalho para substituir o parque tecnológico e todos seus dispositivos demora alguns anos.

Não à toa, os jogos transmitidos em velocidade ultrarrápida pela Guigo TV estavam disponíveis somente em navegadores. Aplicativos para dispositivos conectados como smartphones e SmartTVs demandam uma adaptação às regras dos fabricantes, que por sua vez, lançam no mercado produtos que passam por um desenvolvimento e testes de anos antes de chegar às mãos do público final.

Como dito por um jornalista do setor de tecnologia, que testou o streaming ultrarrápido, “este é o maior avanço já demonstrado em uma transmissão esportiva ao vivo via streaming até aqui”. Porém, o desafio agora é tornar essa tecnologia padrão. O consumidor já está adaptado aos dispositivos conectados, sejam sua SmartTVs, sejam seus Smartphones. Trazer transmissões em tempo real para esses dispositivos se torna uma necessidade, pois o público quer assistir onde quiser, não somente na tela de um navegador web.

O desafio está lançado.

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