A assembleia-geral de acionistas da Oi foi realizada hoje. A reorganização societária pode avançar. PT ficará entre 21,5% e 25,1% do grupo Oi
As assembleias-gerais das empresas, que compõem o grupo Oi, aprovaram a simplificação societária da operadora brasileira, anunciou a Portugal Telecom (PT) em comunicado ao mercado.
Com esta luz verde dos accionistas, a estrutura societária composta pela Tele Norte Leste Participações, Telemar Norte Leste e Brasil Telecom vai ser integrada nesta última, que mudará, posteriormente, de nome para Oi, única entidade que será cotada na bolsa de São Paulo e Nova Iorque e que terá duas classes de acções (ordinárias e preferenciais). A empresa brasileira já tem, de resto, dois “investor day” (no Rio de Janeiro e em Nova Iorque) agendados para o mês de Abril.
Com a aprovação, serão emitidas mais de 395,5 milhões de novas acções ordinárias e mais de 798,4 milhões de preferenciais da oi, passando o capital social a ser superior a 6,8 mil milhões de reais.
A posição final da Telemar Participações, empresa que controla a Oi e onde a PT tem participação, só será apurada depois da operação de retirada por parte dos accionistas minoritários que assim o pretendam.
Mas a PT garante que terá “directa e indirectamente entre 21,5% e 25,1%”. O prazo de requerimento de retirada (ou recesso) encerra-se em 29 de Março de 2012.
Os accionistas minoritários tentaram adiar as assembleias-gerais e tentaram, ainda, que a Telemar Participações não votasse em causa própria. Mas a Comissão do Mercado de Valores brasileira não aceitou os seus pedidos. A assembleia avançou e agora a Oi fica com luz verde para avançar com a simplificação societária, que dará, segundo a gestão, fortes sinergias, além de um importante impacto fiscal. Por outro lado, com esta reorganização será definida a política de dividendos da operadora brasileira. Os investidores da PT têm aguardado com expectativa a divulgação dos dividendos, que serão uma importante fonte de liquidez para a operadora portuguesa.
Esta é uma das primeiras marcas da PT na Oi, já que a operadora portuguesa bateu-se pela necessidade de haver esta simplificação, como, aliás, tinha feito na Vivo.
A PT chegou a acordo com os accionistas da Oi em 2010 para entrar no seu capital e firmar uma parceria estratégica. A conclusão do negócio aconteceu, apenas, em 2011 e o objectivo era ter a simplificação concluída até ao final do ano transacto, mas a mudança do assessor financeiro desta operação e a marcação das assembleias-gerais adiou a conclusão do processo.