A quinta geração de redes móveis (5G) deve ser implementada em sua versão “pura” amanhã (6) em Brasília, no entanto, as demais capitais brasileiras e municípios do interior devem experimentar essa novidade daqui a mais tempo, isto se as operadoras cumprirem o cronograma determinado no edital de leilão aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
De acordo com especialistas, a rápida implementação do 5G deve contribuir positivamente para o Produto Interno Produto (PIB) do Brasil nos próximos anos. Entretanto, o cenário inverso, isto é, atraso no avanço da infraestrutura de rede deve postergar o avanço econômico correspondendo a uma diferença de 0,20 pontos percentuais no PIB potencial per capita de 2030, equivalendo a R$ 81,3 bilhões.
Esses dados foram divulgados no estudo “Tecnologia 5G – Impactos econômicos e barreiras à difusão no Brasil“, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), considerando uma rápida inserção dessa tecnologia em todo o país com previsão de alcance nacional de 81% no cenário mais otimista.
Embora o estudo tenha focado na pressuposição positiva, os pesquisadores também consideraram um eventual cenário negativo quanto a ampliação do 5G no Brasil. Nesse caso, estima-se uma abrangência de 40,5% nos próximos 8 anos.
O aumento no PIB está diretamente relacionado ao fator de “produtividade do trabalho”, visto que a nova geração possui baixo tempo de resposta (latência) e alta velocidade na transmissão de dados, permitindo ampliar as atividades passíveis de automação e digitalização, no contexto de consolidação da indústria 4.0.
Os cálculos consideram a projeção do PIB (em R$) de 2021 e estimativas de crescimento da população feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram feitos antes do leilão realizado em dezembro.
Para impulsionarem a produtividade brasileira, novos métodos, como o monitoramento em tempo real do chão de fábrica e a comunicação entre máquinas, dependem não só da alta velocidade, mas sobretudo do baixo tempo de resposta e da criação das redes privadas. É determinante que os desafios de implementação dessa nova tecnologia sejam superados, garantindo que o país não fique para trás em relação aos seus concorrentes”, afirma Renato da Fonseca, superintendente de Desenvolvimento Industrial da CNI.
Como o 5G pode avançar?
Para os especialistas, um dos principais entraves no avanço do 5G é o déficit de antenas instaladas, número que ainda está muito abaixo do recomendado frente a situação de outros países que se anteciparam quanto a chegada desse recurso.
De acordo com o Movimento Antene-se, apenas cerca de 1% dos municípios têm leis preparadas para o 5G. Diante desse dado, recomenda-se que as cidades modernizem suas legislações atualmente baseadas em parâmetros que impõem restrições não condizentes com as características físicas das novas infraestruturas de telecomunicações.
Parte da Agenda Legislativa da CNI, o PL 8518/201, em tramitação no Congresso, visa resolver essa defasagem normativa. O texto propõe que a Anatel conceda autorização temporária para instalação de antenas caso o órgão local competente não tenha concedido a autorização definitiva no prazo de 60 dias após o pedido.