telefonia celular, orelhões cada vez mais escassos. Esses foram alguns
dos temas levados à tona durante a audiência pública promovida hoje à
tarde, no Recife, pela Câmara dos Deputados e entidades de defesa do
consumidor. Cerca de 50 pessoas participaram do encontro, realizado em
protesto à má prestação de serviços no ramo de telefonia.
O
evento, ocorrido no auditório do Banco Central, no bairro de Santo
Amaro, contou com representantes da Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) e das operadoras TIM, Oi, Claro e Vivo, além do Procon
Pernambuco e outros órgãos de defesa do consumidor.
“As
operadoras não podem continuar vendendo um serviço supostamente de
qualidade e entregando outro totalmente deficiente. As empresas são
responsáveis pelo péssimo serviço, mas a omissão da Anatel tem
contribuído para tornar a situação ainda pior”, criticou o deputado
federal Mendonça Filho (DEM), que é relator da Proposta de Fiscalização e
Controle sobre as operadoras de telefonia móvel, telefonia fixa e banda
larga de internet no Brasil. A audiência foi coordenada pelo
parlamentar.
André Gustavo, representante da TIM, além de
ressaltar os investimentos da empresa e de lançar dados que mostram que o
número de reclamações contra a companhia diminuiu nos últimos meses,
reclamou das legislações municipais que impedem a instalação de antenas
de transmissão em alguns lugares – citando os municípios de Olinda,
Petrolina e Paulista como exemplos.
Segundo ele, este seria um
dos motivos que impediriam a empresa de cumprir a meta de alcançar 80%
de cobertura nos municípios onde opera. A justificativa também foi usada
pelo representante da Oi, Frederico Siqueira. Outro argumento usado
pelas operadoras foi a alta carga tributária, que impediria a aplicação
de tarifas mais baratas para o consumidor.
Enquanto as empresas
apresentaram o cumprimento de metas e falaram de investimentos na
melhoria do serviço e da cobertura, dos usuários foi possível ouvir
histórias de desrespeito e descaso, como cobranças indevidas, ausência
de sinal e propaganda enganosa diante do serviço oferecido. Mensagens
não solicitadas, usuários “ciganos” – que migram de uma operadora para
outra em busca de serviços melhores; o descaso com os orelhões e também
críticas à atuação da Anatel, vista como parceira das companhias
telefônicas, marcaram o debate.