O ministro das Comunicações, Fábio Faria, anunciou nesta quinta-feira (11), durante evento da pasta para falar sobre o 5G em São Paulo, que sua peregrinação internacional para visitar empresas de tecnologia de baixa órbita (LEO) continuou, cujo ideia é oferecer a conexão via satélite em locais remotos (escolas) enquanto soluções do 5G não chega. Entre essas empresas, a Starlink é a mais avançada.
Essa iniciativa é intenção do governo Jair Bolsonaro em ampliar parceria com operadoras de satélite para levar conectividade às escolas. O ministro falou sobre um processo licitatório, mas não deu detalhes de quando seria e quais as condições. Ao ser questionado se já tinha algum contrato assinado, ele falou que “A Starlink está formalizando, eles participam de uma licitação”.
De acordo com Faria, falta apenas a Starlink construir um gateway para o sistema no Brasil, justamente na região da Amazônia. “Estão instalando neste mês, e em setembro vão inaugurar as primeiras escolas“, disse.
Ele também lembrou de outros serviços LEO, mencionado a visita recente à Virgin Orbit, em Los Angeles, além de Projeto Kuiper, OneWeb e a própria Starlink. A expectativa é chegar com essa tecnologia de conexão antes do 5G.
“Não podemos esperar oito anos para chegar na escola na Amazônia. Quando chegar a fibra, ligamos lá. Qualquer tipo de conexão é importante”.
Essa infraestrutura estaria próxima de finalização, já em setembro. No evento, Fábio Faria também falou que no próximo 22 de setembro irá inaugurar na região, em parceria com o CPQD, “a primeira escola que não tem energia elétrica, com uma antena de Internet do lado do painel solar“, mas não falou se se trata de uma conexão via satélite.
O ministro das Comunicações afirmou que haveria uma licitação para empresas que desejam ser a fornecedoras do serviço que será disponibilizado nas escolas, mas não confirmou se realmente há algum acordo com a Starlink. Atualmente, o Programa Wi-Fi Brasil é abastecido pelo Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), no âmbito do Gesac.
Starlink perde subsídio no EUA
Nesta semana, a agência reguladora norte-americana, a Federal Communications Commission (FCC), negou o pedido da empresa de Elon Musk para utilização do fundo de universalização digital para áreas rurais (RDOF).
De acordo com Jessica Rosenworcel, chairwoman da FCC, após análise legal, técnica e regulatória, a Starlink não demonstrou que poderia ofertar o serviço que estava prometendo, afirmando em comunicado que seria impossível “subsidiar iniciativas que não entregam velocidades prometidas ou que provavelmente não atenderiam aos requerimentos do programa“.