Nesta semana, o BTG Pactual divulgou uma análise sobre as perspectivas em relação ao terceiro trimestre no setor de telecomunicações. No final deste mês, as empresas começaram a liberar o balanço financeiro do terceiro trimestre, e segundo a análise, o setor teve um movimento importante por causa dos desdobramentos referentes à operação da Oi Móvel.
Segundo o BTG, nesse balanço haverá uma queda no capex por causa da das divisões da unidade móvel e da infraestrutura, e os investimentos para modernizar sistemas e ajustar sua estrutura societária, despesas relacionadas a depósitos judiciais e passivos de fundos de pensão e despesas financeiras volumosas serão um empecilho para o fluxo de caixa da Oi.
“Estimamos a participação de 35% da Oi na V.tal em R$ 11,1 bilhões. E como a V.tal provavelmente fará IPO, a Oi tem a chance de vender parte (ou a totalidade) de sua participação para reduzir sua alavancagem, ponderou o BTG, que recomenda a compra das ações da companhia.
Para a Vivo, a corretora informou que incorporou em suas projeções para 2023 a incorporação do negócio de telefonia móvel da Oi, com receitas, ebitda e fluxo de caixa livre operacional crescendo 3%, 4,1% e e 7,5%, respectivamente. “Observamos várias opções de agregação de valor, entre elas, participação no FiberCo, falta de recolhimento da taxa Fistel (em discussão judicial), redução do ICMS (IVA), tornando seus serviços mais acessíveis, e potenciais M&As envolvendo ativos de fibra“, observou o BTG, recomendando a compra das ações.
Segundo a corretora, a redução do rendimento de dividendos em 2023 é uma dos principais fatores que afetam o preço dos papéis da Vivo. Os dividendos irão depender dos lucros nos próximos trimestre, uma vez que os acumulados foram quase 100% pagos.
“A incorporação da Oi, mais inflação e taxas de juros em espiral fizeram os lucros da Vivo caírem no primeiro semestre deste ano, e ainda devem prejudicar o desempenho da companhia no ano que vem. Acreditamos que os dividendos devem recuar para R$ 3,5 bilhões em 2023 (rendimento de 5,1%) antes de se recuperar a partir de 2024”, detalhou a corretora.
O BTG Pactual conclui que a operadora poderá usar o capital social para devolver uma parte para o acionista, e isso ajudará no aumento da remuneração dos investidores para o ano que vem.