22/11/2024

Possibilidade de venda da TIM Brasil pela Telecom Itália é praticamente nula, diz XP

Corretora se reuniu com executivos do Grupo TIM e desmentiu rumores de que já estava em processo a venda da operação brasileira.

Desde que surgiu a possibilidade de mudança no governo da Itália para um grupo que tinha planos de vender a TIM, havia rumores de que eles iriam se desfazer da operação brasileira para recuperar as operações da Telecom Italia. No entanto, segundo a XP, a possibilidade da venda da TIM acontecer é praticamente nula no cenário atual.

Os analistas da corretora se reuniram com os CEOs do Grupo TIM, onde os executivos destacaram que ‘não faria sentido vender a operação sem um prêmio significativo’. Atualmente, a operação brasileira representa 25% do Ebitda AL (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização after leases) da empresa e 35% do Ebitda AL-Capex.

“Com a mudança de governo na Itália, algumas notícias apontam para a possibilidade de um desinvestimento da TIM Brasil. Ficamos com a impressão de que o plano de reestruturação na Itália está sendo executado de forma adequada e até certo ponto de forma independente, o que não exigiria a venda do ativo no Brasil, mitigando o risco de overhang devido à ausência de um comprador óbvio para TIM Brasil”, afirmam os analistas Bernardo Guttmann e Marco Nardini, da XP.

De acordo com a XP, atualmente não há comprador óbvio para o ativo, além de que não endereçaria as necessidade de caixa do Grupo e ainda deixaria a Telecom Italia com uma participação pouco acima de 50% , o que “não faria sentido e seria financeiramente irrelevante”, segundo a corretora.

Os analistas afirmam que a empresa tem ampla liquidez para cobrir os vencimentos até 2024. “Eles acabaram de fazer um empréstimo de 2 bilhões de euros com o governo italiano dando um bom alívio. A empresa não tem problemas com governantes e a taxa de juros é majoritariamente fixa. O desafio está no médio prazo, quando a empresa terá novos financiamentos a um custo maior”, explicam.

Na reunião, foi desmentido o boato de que um processo de venda da TIM já estaria em processo. Segundo a XP, a operação brasileira só seria vendida se um player estivesse disposto a pagar um bom preço pelos ativos.

Plano de reestruturação de Pietro Labriola e Ações TIM

Após a reunião com os executivos, a corretora afirmou que o CEO da Telecom Italia, Pietro Labriola, está concentrado na execução de seu plano de reestruturação ‘de forma industrial’.

“Nos primeiros meses de seu mandato na Itália, Pietro conduziu alguns impairments e profit warnings, suspendeu dividendos e mudou o guidance da empresa. Em seguida, Pietro apresentou um plano para reduzir a dívida (cerca de 19,3 bilhões de euros de dívida líquida) onde o caminho mais óbvio seria a venda da empresa de infraestrutura que gera cerca de 2 bilhões de euros, transferindo uma quantidade significativa de dívida a esta nova empresa”, explicam os analistas.

No mesmo parecer, a XP expõe sua visão positiva para as ações da TIM. Para a corretora, os papéis negociam em um valuation atrativo, dado os múltiplos de 3,4x EV/EBITDA estimado para 2023. Esse patamar mostra ‘um desconto relevante para pares globais.

“Além de um valuation atrativo, uma nova abordagem de dividendos e rápida desalavancagem após a aquisição da Oi Mobile nos fazem reiterar nossa recomendação de COMPRA, que também permanece como nossa Top Pick entre as grandes telcos brasileiras”, diz a casa.

Ou seja, a XP recomenda a compra das ações da TIM, que conforme o fechamento desta quarta-feira, 19, estava sendo cotado a R$ 12,47.

ViaSuno

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