A telefonia móvel teve uma queda milionária em fevereiro. Segundo dados que foram divulgados pela Agência Nacional de Telecomunicações, a Anatel, neste último mês houve uma desativação de 986 mil linhas. Isso significa um total de 250,6 milhões de acessos no Brasil.
No intervalo, o recuo na base foi ocasionado pelas desconexões pré-pagas, que somaram 1,3 milhão. Entretanto, o mercado pós-pago apresentou um aumento de 311 mil linhas em fevereiro, segundo o painel de estatísticas da reguladora.
Em janeiro, o mercado móvel consolidado já havia perdido cerca de 357 mil assinantes. Com isso, no primeiro bimestre de 2023, houve uma queda de mais de 1,34 milhão de linhas, sendo que as desconexões pré-pagas (mais de 1,8 milhão) superaram as adições do pós-pago (490 mil).
Não é comum observar um aumento no número de desconexões no início do ano, pois normalmente o processo de limpeza de base para evitar a tributação de Fistel sobre linhas inativas é realizado até dezembro do ano anterior.
Por essa razão, a explicação mais plausível para a queda na base de usuários é a continuidade do processo de limpeza, agora incluindo os assinantes adquiridos da Oi Móvel no ano passado.
Como ficaram as operadoras nesse contexto de telefonia móvel
Em fevereiro, a operadora líder de mercado Vivo registrou adições líquidas positivas de cerca de 36 mil novos acessos, alcançando 97,9 milhões de linhas. No entanto, no mês anterior, a empresa havia perdido 45 mil chips, resultando em um saldo negativo de 9 mil acessos no bimestre. Enquanto a Vivo cresceu no pré-pago em janeiro e caiu no pós-pago, o inverso aconteceu em fevereiro.
A Claro, por sua vez, teve perdas mais acentuadas, com 626 mil desconexões em fevereiro após 227 mil em janeiro, totalizando 853 mil. As quedas foram restritas ao pré-pago, já que a operadora continua a crescer em ritmo forte na modalidade pós-paga. A Claro encerrou o segundo mês do ano com 82,4 milhões de assinantes.
A TIM, por fim, desconectou 418 mil linhas em fevereiro, encerrando o período com 61,8 milhões de assinantes na base da Anatel. Em janeiro, foram menos 208 mil, totalizando 627 mil desconexões no bimestre. No caso da empresa, houve recuo nas duas modalidades, tanto no pré-pago quanto no pós-pago.
Como se comportou o 5G nesse recorte
Houve uma mudança significativa nos acessos 5G reportados à agência, com um aumento de 10,8 milhões de acessos. A Vivo foi responsável por grande parte desse aumento, reportando 6,3 milhões de acessos de quinta geração, o que representa cerca de 4,1 milhões de novos acessos em comparação com o comunicado anterior em janeiro.
No entanto, a Vivo informou ao site Teletime que os dados 5G de fevereiro precisarão ser corrigidos em breve pela Anatel. Na primeira divulgação, a empresa relatou o número total de linhas 5G em sua base, em vez de apenas aquelas em áreas com cobertura de quinta geração, que é o critério usado pela agência na contabilização.
Enquanto isso, a Claro registrou uma queda no volume reportado de clientes 5G, com 2,9 milhões de clientes em comparação com os 2,6 milhões apontados em janeiro. A TIM, por outro lado, registrou um aumento de 1,4 milhão para 1,5 milhão de assinantes de quinta geração no final de fevereiro.
Em relação às outras tecnologias móveis, o 4G é a principal tecnologia do país, com 192 milhões de contratos, mas teve uma queda de 3,3 milhões de acessos. O 3G tinha 23,1 milhões de chips em fevereiro, com uma queda de um milhão em relação ao mês anterior, e o 2G tinha 23,9 milhões, uma queda de 1,2 milhão.