Neste domingo (16), a empresa sudanesa de telecomunicações MTN bloqueou serviços de internet do Sudão por ordem do órgão regulador de telecomunicações do governo, disseram dois funcionários da empresa à Reuters. A medida de deixar o país todo offline foi tomada depois que o grupo paramilitar RSF (sigla em inglês para Forças de Apoio Rápido) tentou tomar o poder.
No sábado (15), o grupo RSF anunciou que iria tomar o controle do palácio presidencial, do aeroporto internacional de Cartum e da base aérea de Jabal Awlia, todos na capital do Sudão. O grupo paramilitar RSF também disse que em seu canal no Telegram ter o controle de bases militares em Merowe, El Fasher, Kabkabiya e Omdurman.
A RSF também afirmou que tinha o controle de “todos os portos ao sul de Cartum” e o aeroporto internacional Sabira, no estado de West Darfur. Sendo que o grupo compartilhou imagens para mostrar que suas afirmações realmente estavam sendo realizadas. Entre os registros aparece um batalhão do exército se rendendo às forças paramilitares em Marawi.
De acordo com a agência estatal Suna, o Exército egípcio está revidando os ataques, que ocorreram desde a madrugada, com tiro e explosões registrados em Cartum. Por meio de comunicado, o líder do grupo paramilitar, Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, disse que continuará a “perseguir” Abdel Fattah al-Burhan.
Hemedti e Burhan uniram forças para derrubar civis do poder em 2021, mas as tensões entre os dois cresceram com o tempo. Abdel Fattah al-Burhan governa o país desde o golpe de Estado de 2021.
Posicionamento da ONU
O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, pediu que as Forças de Apoio Rápido e o Exército sudanês “cessem imediatamente as hostilidades, restaurem a calma e iniciem um diálogo para resolver a crise atual”.
Por meio de uma declaração atribuída ao seu porta-voz, também solicitou que os Estados da região que integram a ONU deem apoio para “restaurar a ordem e retornar ao caminho da transição”.