A regulação das plataformas digitais recebeu o apoio do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), nesta terça-feira, 18. O assunto foi tratado em uma reunião no Palácio do Planalto com governadores, parlamentares, ministros de Estado e da Justiça para discutir maneiras de combater a violência nas escolas, tanto dentro quanto fora do ambiente digital.
Durante o encontro, o presidente expressou seu apoio às propostas de mudança na lei do ministro Alexandre de Moraes, que estava presente e apresentou sugestões a serem incluídas no projeto de lei 2630/2020, também conhecido como PL das Fake News, em debate no Congresso Nacional.
Lula reconheceu a experiência de Moraes como um dos principais especialistas em plataformas digitais no país, especialmente devido ao seu trabalho no Tribunal Superior Eleitoral em 2022.
Desde então, o magistrado tem mantido contato com as grandes empresas de tecnologia e estabelecido precedentes importantes em relação ao tempo de resposta às solicitações para remoção de conteúdo ilegal e ao valor das multas por descumprimento.
“Eu resumirei essa reunião aqui na frase do Alexandre de Moraes: as pessoas não podem fazer na rede digital aquilo que é proibido na sociedade”, disse o presidente.
O presidente Lula criticou os jogos eletrônicos
O governante expressou sua preocupação com a forma como crianças e adolescentes estão usando as redes sociais. Ele afirmou que o telefone celular não é o problema, mas sim as redes sociais, ou melhor, a rede digital, que tem uma divisão entre a rede digital positiva e a rede digital negativa, sendo esta última predominante.
Ele também chamou a atenção para a exposição de jovens a jogos violentos e como a participação da família nesse processo pode influenciar.
Lula criticou a ideia de que dar um tablet ou jogos para as crianças é uma solução rápida, enfatizando que os jogos não ensinam valores importantes, mas, em vez disso, os ensinam a matar. Argumentou que, embora haja algumas exceções, a maioria dos jovens de oito a doze anos passa a maior parte do tempo jogando esses jogos prejudiciais.
O presidente também sugeriu que os governadores incentivem a participação da família na conscientização do combate à violência.
“[Ouço dizer:] ‘quando meu filho chora, dou logo um tablet pra ele brincar’, ‘dou logo um joguinho’. Não tem jogo falando de amor. Não tem game falando de educação. É game ensinando a molecada a matar […] Pode ser que haja algumas raríssimas pessoas que não façam isso. Mas eu duvido que tenha um moleque de oito a 12 anos que não esteja habituado a passar boa parte do tempo jogando essas porcarias“, afirmou.