A pressão contra os fornecedores chineses de equipamentos 5G, explicitamente a Huawei e ZTE aumenta, pois a Comissão Europeia (braço executivo da União Europeia) ampliou as recomendações de mitigação de riscos com fornecedores. Thierry Breton, comissário europeu para mercado interno, teceu reclamações sobre os estados-membros do bloco que ainda não acataram as recomendações que foram dadas em 2020.
“Três anos depois, quase todos os estados-membros transpuseram as recomendações para a sua legislação nacional e agora podem decidir restringir ou excluir fornecedores com base na análise de risco de segurança. Mas, até o momento, apenas dez deles usaram essas prerrogativas para restringir ou excluir fornecedores de alto risco“, assinalou Breton, junto com a nova “caixa de ferramentas” que abre caminho para restringir a atuação das duas empresas.
Segundo ele, a lentidão dos países não aderirem às recordações representaria um risco à segurança coletiva do bloco – motivo pelo qual a Comissão aprovou o segundo relatório de recomendações para segurança 5G. Segundo Breton, em documento, “as decisões tomadas por alguns estados-membros de restringir ou excluir completamente a Huawei e a ZTE das suas redes 5G são justificadas e estão em conformidade com a nossa caixa de ferramentas“.
“Continuaremos a trabalhar com determinação junto dos estados-membros atrasados e dos operadores de telecomunicações. Só posso enfatizar a importância de agilizar as decisões de substituição de fornecedores de alto risco de suas redes 5G. Também lembro às operadoras de telecomunicações envolvidas que é hora de lidar com essa questão”, completou o francês.
Segundo a Comissão, será implementada os princípios da “caixa de ferramentas” 5G em sua própria aquisição de serviços de telecomunicações. Além disso, ainda firmaram que serão consideradas as regras em consideração para alocar o financiamento em programas. “Não podemos nos dar ao luxo de manter dependências críticas que podem se tornar uma ‘arma’ contra nossos interesses“, prosseguiu Breton.
A Huawei, portal internacional de notícias Mobile Live World, critica as abordagens e os comentários do comissário europeu para mercado interno. “Nos opomos veementemente e discordamos dos comentários feitos por representantes da Comissão Europeia, […] que claramente não se baseiam em uma avaliação verificada, transparente, objetiva e técnica das redes 5G”. Segundo a gigante, ao “selecionar publicamente uma entidade individual“, a comissão estaria “indo contra os princípios do livre comércio”.