De acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), no fim de abril, 8,8 milhões de terminais ativos dos aparelhos 5G, o que representa 3,5% do total de linhas móveis operantes no país (251,1 milhões). Enquanto que o dispositivos 4G respondiam por quase 79% da base móvel no período.
Com a chegada do sinal da quinta geração de internet móvel em novas cidades e a expansão da base de celulares compatíveis com a rede, a tendência é que este ano esses números se intensifiquem, impulsionado pela queda nos preços dos smartphones.
Segundo a consultoria IDC, a nível de comparação, no primeiro trimestre do ano passado, houve uma queda de 31,3% no preço médio dos aparelhos 5G entre janeiro e março.
Em agosto de 2022, houve um pico de 206,6 milhões de acessos 4G, mas depois o número de celular compatíveis com essa tecnologia passou a cair, sendo que em abril deste ano, havia 197,7 milhões de aparelhos 4G.
A evolução do 5G e a queda do 4G também pode ser vista no âmbito do desempenho operacional das operadoras. Por exemplo, no primeiro trimestre de 2023, a TIM reportou uma expansão de quase 50% na sua base de usuários 5G, na comparação entre o período de janeiro a março e os três meses imediatamente anteriores (outubro a dezembro de 2022). Nas lojas da Vivo, por exemplo, 68% de todos os aparelhos vendidos já são compatíveis com o 5G, de acordo com informações divulgadas pela operadora em maio.
Conforme dados da a IDC Brasil, nos primeiros três meses deste ano, 30% dos modelos de smartphone disponibilizados no mercado brasileiro eram aparelhos adaptados à tecnologia de quinta geração. “Os aparelhos 5G atingiram uma faixa de preço que permite alcançar mais consumidores. Por isso, vão ganhar cada vez mais espaço no mercado”, argumenta Chopra, da IDC Brasil.
Quanto mais popular se tornar o 5G e os smartphones a tendência é queda nos preços dos dispositivos. Inclusive, já é possível encontrar modelos compatíveis à venda por valores mais acessíveis que chegam a menor de R$ 1.300. Segundo a consultoria, houve uma queda de 31,3% no preço médio dos aparelhos 5G entre janeiro e março em comparação ao primeiro trimestre do ano passado.
Enquanto o 5G avança, o 4G ainda é o carro-chefe na escolha de aparelhos pelos consumidores. Entre os fatores dessa decisão está o preço dos dispositivos, que mesmo com baixa no mercado, ainda é mais elevado do que o celular da quarta geração de internet móvel.
Entretanto, vale ressaltar que está havendo mais a substituição. Ou seja, ao invés de surgir novos clientes, os consumidores estão migrando do 4G para o 5G, fazendo com que a base de telefonia se mantenha estável.
Andreia Chopra, analista da consultoria IDC Brasil, explica que os consumidores ainda não enxergam vantagens concretas na compra de um aparelho 5G.
“No caso do 4G, o diferencial da tecnologia [em relação ao 3G] foi muito disruptivo. Foram lançados muitos novos aplicativos”, explica a especialista. “O consumidor não consegue ter essa percepção diferenciada do que seria o 5G. No caso do 5G, a fala-se mais de velocidade, mas o 4G tem uma conectividade que satisfaz. Na percepção, de alguns consumidores não valeria a pena trocar de aparelho”.