Nesta terça-feira (25), representantes das operadoras de telecomunicações se encontraram com Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, e discutiram os problemas enfrentados pelo setor por causa do roubo de cabos e equipamentos de telecom.
No encontro, entre os diversos pedidos feitos pelos representantes estão o apoio na interlocução pelo aumento da segurança junto aos governos estaduais, em projeto que trata do assunto em trâmite no Congresso Nacional e suporte institucional do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) para combater o problema.
O ministro determinou que a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), coordenada pelo secretário Tadeu alencar, e a Secretaria Executiva (SE), que é coordenada por Ricardo Cappelli, organizarem uma reunião de trabalho com os responsáveis pela Segurança Pública dos estados, com o intuito de iniciar o trabalho de fortalecimento para combater o roubo de equipamentos, em especial, cabos de cobre e baterias.
O ministro também mencionou uma ação conjunta com Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança Pública. “Vamos, também, elaborar uma ação conjunta com a participação da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança Pública nesse sentido. O apoio institucional a gente faz. Eu me comprometo a analisar os projetos de lei. E vou propor ao Governo Federal essa pauta para o segundo semestre“.
“Ao mesmo tempo, apelo a vocês sobre a participação efetiva das operadoras no mutirão dos endividados, o Renegocia!. É um caminho para melhorar a atividade econômica do País. Há muita gente precisando de crédito para voltar a consumir”, pediu o ministro.
O trabalho com os Estados será de extrema importância para o combate ao roubo de equipamento de telecomunicações. De acordo com Marcos Ferrari, diretor executivo da Conexis Brasil Digital, sete milhões de pessoas em todo o país foram afetadas devido aos roubos de cabos de bateria.
“Entendemos que essa é uma demanda da sociedade, não somente do setor. E vamos trabalhar junto com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para tentar atacar esse tipo de crime e reduzir a ocorrência deles de tal maneira que escolas e hospitais, por exemplo, não sejam prejudicados por falta de Internet”, explicou.
Segundo os dados da entidade, em 2022, cinco mil quilômetros de cabos foram roubados, aumento de 14% em relação a 2021. Há roubo também de outros equipamentos, como roteadores e placas de transmissão.
Ferrari chama a atenção de que não se trata apenas de roubo e furto desses equipamentos, mas que está associado a outros crimes, como receptação, formação de quadrilha, sonegação de impostos, crime organizado, lavagem de dinheiro e extorsão, entre outros.
Marcos Ferrari comemora a reunião que teve com o ministro afirmando que “foi uma das melhores que tivemos nos últimos meses”. “O próximo passo é o encontro com os estados, coordenado pelos secretários Ricardo Capelli e Tadeu Alencar, e, a partir daí, fazer um trabalho efetivo para combater o problema em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Pernambuco e Paraná, entre outros“.
O secretário Tadeu Alencar também trouxe o ponto de que o roubo de equipamentos não afeta apenas os consumidores, mas “também, na interrupção de serviços públicos essenciais, como em escolas e hospitais“, destacando que o setor de telecom é de grande importância para a economia brasileira, ao ocupar 3% do produto interno bruto do País.