Nesta segunda-feira (28), a Itália aprovou um decreto para que o governo possa assumir uma participação e controlar conjuntamente a rede fixa do Grupo TIM (antiga Telecom Italia). O decreto, que faz parte de um esforço do governo do primeiro-ministro, Giorgia Meloni, para ter mais controle sobre ativos estratégicos.
Com o acordo, a Itália pode destinar até 2,2 bilhões de euros para a aquisição de até 20% do negócio, o mais valioso da carteira do antigo monopólio. Para o ministro da Economia da Itália, Giancarlo Giorgetti, a aprovação do decreto deve dar um “quadro estável e definitivo a uma história que vive um impasse há muito tempo“.
“O que interessa ao governo é reafirmar o controle público sobre certas escolhas estratégicas relativas a uma infra-estrutura que consideramos estratégica”, disse.
A medida implementa um Memorando de Entendimento (MoU) assinado em 10 de agosto entre o Tesouro e o fundo norte-americano KKR (KKR.N) sobre uma aquisição conjunta da NetCo, um empreendimento que compreende a rede doméstica de acesso fixo da TIM e a unidade de cabos submarinos Sparkle. “A direção tomada pelo governo é a de assumir o controle estratégico da rede de telecomunicações e proteger os empregos“, acrescentou a primeira-ministra, afirmando que a medida defende o “interesse nacional”.
“Depois de encontrar uma solução séria para a ITA com um acordo com a Lufthansa, chegou o momento de dar uma perspectiva para aquela que foi uma das campeãs internacionais das telecomunicações”, disse a premiê Giorgia Meloni após uma reunião do Conselho dos Ministros.
Oferta da KKR
O fundo assinou um acordo preliminar e ofereceu cerca de 23 mil milhões de euros (24,85 mil milhões de dólares) pela NetCo, uma vez incluídas a dívida e uma série de itens variáveis, além de ter deixado a porta aberta para o governo aderir à sua oferta e manter a supervisão do ativo.
O Grupo TIM colocou seus ativos à venda para tentar reduzir a dívida bruta de mais de 30 bilhões de euros. O governo italiano tem o direito de vetar negócios que envolvam o que considera ativos estratégicos. O seu esforço para proteger os 40.000 funcionários da Telecom Italia significou que Meloni e a sua equipe estiveram fortemente envolvidos no processo.