Nesta quarta-feira (07), representantes da TIM, Vivo e Claro, as três principais operadoras de telefonia móvel do país, se reuniram no evento Mobi-ID e falaram sobre a iniciativa o Open Gateway da GSMA. As empresas precisam se unir para que a operação tenha sucesso no Brasil.
Juntas, as operadoras trouxeram argumentos de que seria possível tornar um sucesso o Open Gateway no Brasil. O primeiro ponto que trazem é que a iniciativa está sendo liderada pela GSMA a nível global, cujo objetivo é transformar as redes de telecomunicações em plataformas developer-ready, liberando todo o poder da rede. O segundo é a necessidade do ecossistema digital brasileiro, que vai demandar acesso às APIs antifraude.
O 5G é um dos fatores que tornaram possível, pois é mais fácil criar APIs na rede. Leonardo Siqueira, diretor de data monetization da TIM, afirma que “Open gateway junto com IoT pode ser o primeiro grande caso de monetização para as operadoras no 5G”, disse o executivo da TIM.
“E o 5G nos permite oferecer serviços de maneira mais escalável, apropriada e global com as APIs. Hoje, não capturamos isso ainda com hyperscalers globais, por exemplo”, disse.
Já Diego Aguiar, diretor de IoT e big data da Vivo, acredita que a rede traz mais opções técnicas, como maior concentração de conexões, baixa latência e alta velocidade de acesso. Ele falou da facilidade de tratar as APIs, pois é preparada para funcionar em camadas.
“Vimos o crescimento vertiginoso de redes privativas no Brasil [vide o Mapa do Ecossistema de Redes Celulares Privativas produzido por Mobile Time neste ano]. Será que esses players de redes privativas poderão expor isso em APIs através do Open Gateway? De alguma forma, a APIficação da rede é uma complementaridade do 5G que até então não era falada e foge do senso comum”, disse o diretor da Vivo.
A padronização e abertura das APIs do Open Gateway será a nível mundial, além do aval das respectivas matrizes, que são signatárias do projeto a nível mundial.
No caso especial do Brasil, dominado pela TIM, Vivo e Claro, as operadoras precisaram se unir durante a pandemia para coleta de dados sobre isolamento social, além da união para comprar a unidade móvel da Oi. Nesse contexto também a competição acirrada entre as três,em uma disputa acirrada de igual para igual, obrigando-as a trabalhar em conjunto para que o Open Gateway tenha sucesso, algo que será benéfico para todos.
Nesse sentido, o Brasil acaba se tornado o líder na iniciativa, enquanto outros países mais desenvolvidos estão avançando mais vagarosamente na união entre as teles para lançamento das APIs. Por último, o aval das respectivas matrizes, que são signatárias do projeto a nível mundial.
Entre os motivos para o sucesso da iniciativa, Aguiar acrescentou a aprendizagem em relação aos erros do passado, evitando que ocorram problemas no futuro. Já Siqueira falou do Open Gateway da GSMA ser padronizada e aberta, sendo mais fácil sua adoção no mercado. Enquanto que Ageu Dantas, head de data analytics na Claro, trouxe à discussão o fato de ser uma iniciativa global e não local.
Para entender melhor, com o Open Gateway, desenvolvedores poderão criar aplicações capazes de acessar recursos das redes de telefonia móvel. Por ser padronizada, poderá ser usado por todas as teles participantes da iniciativa.