24/11/2024

TIM e C6 Bank mantêm acordo enquanto resultado de arbitragem não sai

Banco digital pediu o fim do contrato por causa de divergências em relação à política de pagamento das comissões à tele.

Em 2020, a TIM e o C6 Bank firmaram um acordo, onde os consumidores que abrissem uma conta no banco digital e pagassem suas faturas e recargas por lá ganham bônus no pacote de dados da operadora. A parceria foi uma boa estratégia, em especial para o banco, que ganhou clientes provenientes da tele.

Conforme o contrato, em troca, a TIM recebe a opção de subscrever ações do banco. Hoje, essa fatia é de 5,88%, considerando as ações já subscritas e o exercício de opções. A TIM tem hoje participação de 1,44% no C6, mas não pode movimentá-la enquanto a arbitragem não chegar a um resultado, e essa participação pode eventualmente ser extinta em caso de decisão favorável ao banco

O acerto original previa que clientes da TIM que abrissem contas no C6 Bank e usassem serviços teriam ofertas exclusivas. A TIM recebe uma comissão por contas ativas, e ao atingir determinadas metas, ganha opções para subscrever ações do banco digital.

Embora a parceria ainda esteja de pé, as duas empresas estão em um processo de arbitragem iniciado em 2021. As divergências no processo dizem respeito à política de pagamento das comissões à tele, o que motivou o bando digital a pedir o fim da parceria. O caso foi parar no Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá.

Dessa forma, mesmo que as companhias não estejam em bons termos de relacionamento, a TIM ainda precisa remeter clientes ao C6 Bank, mas no dia a dia, não há cooperação entre ambos, que travam uma guerra no procedimento arbitral.

De acordo com o banco, a operadora “escondeu” a promoção dos clientes, e que, portanto, os benefícios do banco com o acordo não se materializaram. Houve uma campanha grande quando a parceria começou, mas depois, de acordo com fontes, a promoção praticamente sumiu. Por causa disso, o C6 pediu o fim do contrato, que foi recorrido pela TIM à arbitragem.

De acordo com fontes, a operadora tem limitado a divulgação da promoção ao envio de mensagens de texto aos clientes, de forma insistente, o que acaba respingando na imagem do banco. Essa divulgação estaria em desacordo com o que o C6 buscava no acordo original.

Executivos do alto escalão da TIM já vocalizaram que estão seguros dos termos do contrato firmado e que veem um desfecho favorável como questão de tempo.

Procurada, a TIM não comentou. O C6 afirmou que a arbitragem é sigilosa e que, portanto, não pode detalhá-la. “Até o momento, não há uma decisão definitiva sobre o caso”, disse o banco. Em nota, o C6 também afirmou que a discussão pode afetar a participação indireta da tele em seu capital, levando inclusive à sua extinção.

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