A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou na última quinta-feira, 8 de fevereiro, os Projetos de Conectividade nas Escolas referentes às fases 2 e 3 do trabalho desenvolvido pelo Grupo de Acompanhamento do Custeio a Projetos de Conectividade de Escolas (Gape) e implementado pela Entidade Administradora da Conectividade de Escolas (Eace). O deferimento veio após uma reunião do Conselho.
Segundo a autarquia federal, está previsto o montante de quase RS 654 milhões para o atendimento, nos próximos dois anos, de 5.320 escolas em todo o país. A iniciativa busca ampliar o acesso dos estudantes à Internet, assim aumentando a inclusão e disponibilidade dos serviços digitais na rede pública de ensino, para aulas de informática e mais.
A expectativa é de que o volume de escolas rurais e interioranas que ainda não dispõem de conexão à rede global cresça nos próximos anos. Números da Cetic.br mostram que em 2022, 52% das escolas rurais contavam com acesso à Internet, enquanto esse percentual era de 79% nas escolas localizadas no interior e de 71% entre as escolas municipais. Apenas 22% das escolas estaduais e 11% das escolas municipais possuíam velocidade, em sua principal conexão à Internet, igual ou superior a 51 Mbps.
O estudo aponta alguns fatores como os principais responsáveis pela ausência da conectividade nas escolas. Entre eles, se destacam o fato de a Internet não suportar muitos acessos ao mesmo tempo (45%), seguido de o sinal de Internet não chegar às salas que ficam mais distantes do roteador (38%).
Acesso à Internet ainda é artigo de luxo
Conforme aponta a Anatel, em 2022 o Brasil registrou 9,5 mil escolas (6,8%) sem acesso à internet, enquanto 3,4 mil escolas no País (2,5%) não tinham sequer energia elétrica. Essa dificuldade é mais comum nas regiões Norte e Nordeste.
Acre (35,3%), Roraima (21,5%), Amazonas (19,9%) e Pará (12,2%) aparecem como os estados com maior número de escolas sem energia elétrica e, consequentemente, sem internet com as métricas alcançando 10%.
No Acre, 90,9% das escolas não possuem laboratório de informática. Maranhão (89,6%) e Pará (86,1%) são o segundo e terceiro com o maior percentual de escolas sem laboratório no País. O Distrito Federal possui o menor percentual de escolas sem laboratório (39,5%).