No mês passado, hackers de elite associados à inteligência russa visaram diversos partidos políticos alemães com o objetivo de infiltrar suas redes e roubar dados. A Agência de Segurança Digital da Alemanha e pesquisadores de segurança da Alphabet, empresa-mãe do Google, emitiram alertas sobre a atividade.
A empresa de cibersegurança Mandiant, pertencente à Alphabet, divulgou um relatório nesta sexta-feira identificando o grupo de hackers APT29. Este grupo, alegadamente associado à inteligência ocidental, foi identificado tentando enganar figuras políticas importantes na Alemanha.
Eles enviaram e-mails disfarçados de convite para um jantar em 1º de março, supostamente organizado pelo partido político de centro-direita alemão, União Democrata-Cristã, em nome da agência de espionagem estrangeira da Rússia, SVR.
A agência de segurança digital alemã BSI emitiu um alerta, visto pela Reuters, sobre espiões cibernéticos apoiados pelo Estado visando partidos políticos alemães. O objetivo era extrair dados e obter acesso de longo prazo.
A União Democrata-Cristã declarou ter sido alvo de ataques virtuais por um período prolongado, envolvendo tanto indivíduos nacionais quanto estrangeiros. O comunicado não ofereceu informações adicionais sobre os responsáveis pelos ataques, e nem a agência nem a Mandiant revelaram detalhes sobre o alvo específico das investidas.
A solicitação de comentário não foi atendida pelo BSI e pela embaixada russa em Washington. A Alemanha é um dos países ocidentais que têm prestado apoio militar à Ucrânia em seu conflito com a Rússia. Em dezembro, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que as relações entre Berlim e Moscou permaneciam predominantemente estagnadas.