21/11/2024

Google vai limitar a exibição de links de conteúdo jornalístico nas buscas nos EUA

Medida da empresa é uma resposta à lei que prevê que as big techs remunerem os veículos jornalísticos por suas matérias.

Na última semana, o Google informou que vai deixar de exibir links de jornais e sites de notícias para alguns usuários na Califórnia, nos Estados Unidos. A medida, segundo a empresa, é um teste para “medir o impacto da legislação na experiência do produto”.

Imagem: pixinoo/ Shutterstock

A decisão da big tech é uma resposta ao projeto de lei de Preservação ao Jornalismo na Califórnia (CJPA, na sigla em inglês), aprovada na Câmara legislativa ano passado e pede para que empresas de tecnologia, como Google e Meta, remunerem os veículos jornalísticos por suas matérias. Discussões sobre valores não foram divulgadas.

Jaffer Zaidi, vice-presidente do Google para parcerias globais de notícias, afirmou que “Até que haja clareza sobre o ambiente regulatório da Califórnia, também estamos pausando outros investimentos no ecossistema de notícias da Califórnia, incluindo novas parcerias por meio do Google News Showcase, nosso programa de produtos e licenças para organizações de notícias, e expansões planejadas da Google News Initiative”.

De acordo com a empresa, está seria uma “abordagem errada para apoiar o jornalismo” e “criaria um nível de incerteza empresarial que nenhuma empresa poderia aceitar”.

“Se aprovado, o CJPA pode resultar em mudanças significativas nos serviços que podemos oferecer aos californianos e no tráfego que podemos fornecer aos editores da Califórnia”, explicou.

Algo semelhante já está em vigor na Austrália, onde o Google concordou em pagar cerca de 200 milhões de dólares australianos no ano passado, e no Canadá, onde a bigtech paga 100 milhões de dólares canadenses de forma anual para veículos de mídia. Facebook e Instagram, do grupo Meta, também adotaram a mesma postura na época. O Google também já se opôs a essas medidas de remunerar os meios de comunicação na Espanha e na Nova Zelândia, mas acabou concordando com as regras.

Esse tipo de lei tem sido uma forma dos veículos de mídia do mundo buscarem negociações com plataformas digitais pagarem por seus conteúdos. Isto porque, Google, Meta e X (ex-Twitter), por exemplo, ficam com grande parte da receita de anunciantes da internet, tornando a operação de muitos sites de notícias insustentáveis. Na contrapartida, as big techs argumentam que o tráfego de acessos em suas plataformas aumentam a audiência sem custo para essas mídias.

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