A Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (ABRINT) se posicionou sobre a recente atualização no X, que complicou o bloqueio judicial da plataforma no Brasil. O X passou a utilizar IPs dinâmicos fornecidos pelo serviço Cloudflare, que compartilha endereços com outros serviços importantes, como bancos e grandes plataformas de internet. Essa atitude acabou causando o desbloqueio do X.
A ABRINT destaca que qualquer tentativa de bloqueio do Cloudflare pode impactar esses serviços essenciais, afetando negativamente milhares de usuários. Segundo a nota, o novo sistema adotado pela plataforma torna difícil o bloqueio isolado do X, pois os provedores de internet regional enfrentam o dilema de prejudicar outras operações cruciais ao tentarem cumprir as ordens judiciais, complicando ainda mais o desbloqueio do X.
Para garantir que as sanções impostas ao X não provoquem danos colaterais, a associação diz estar em diálogo constante com a Anatel, que já realiza análises técnicas sobre a questão do desbloqueio do X. A ABRINT também recomenda que os provedores de internet aguardem instruções oficiais antes de tomar medidas individuais.
Leia a seguir o posicionamento completo:
A Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (ABRINT) se posiciona em relação às recentes mudanças no aplicativo X e às implicações que essas modificações trazem para os provedores de internet regionais em todo o Brasil.
O aplicativo X foi atualizado durante a última noite, resultando em uma alteração significativa em sua estrutura de operação. Essa atualização, que já está em funcionamento, passou a utilizar endereços de IP dinâmicos fornecidos pela plataforma Cloudflare, o que dificulta significativamente qualquer tentativa de bloqueio por parte dos provedores de acesso à internet.
Diferente do sistema anterior, que utilizava IPs específicos e passíveis de bloqueio, a nova estrutura baseada no Cloudflare compartilha IPs com outros serviços legítimos, como bancos e grandes plataformas de internet. Isso significa que o bloqueio de um único IP poderia comprometer o funcionamento de outros serviços cruciais para o ecossistema digital, o que exige uma análise técnica mais aprofundada e orientações claras da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
A ABRINT reforça que os provedores regionais, que representam mais de 53% do mercado de banda larga no Brasil, estão em uma posição delicada e, por isso, orienta que as empresas não tomem medidas individuais até que haja uma orientação oficial da Anatel. Um bloqueio inadequado poderia impactar negativamente empresas e serviços essenciais, prejudicando milhares de usuários.
Neste momento, a ABRINT permanece em contato com a Anatel e aguarda as análises técnicas que estão sendo realizadas. A associação continuará informando seus associados e o público sobre qualquer atualização relevante que venha a ser divulgada.