22/11/2024

Relembre as maiores provocações entre as operadoras de celular

Alfinetadas entre Claro e Oi, TIM e Vivo e até pequenas operadoras mostram que a Nextel não foi a única a usar o marketing para chamar a atenção.




Em alguns países, é normal que empresas do mesmo ramo se provoquem em comerciais, com ações criativas e que incentivam uma resposta à altura para a concorrente: é o chamado marketing de provocação. Aqui no Brasil, esse tipo de marketing é mais raro e, entre as operadoras, digamos que pegam ainda mais leve.


Sabemos que, muitas vezes, quando dizem que são “a melhor” em algo, querem também alfinetar alguma concorrente específica, mas, claro, sem dar nomes. Em 2018, vimos um caso criativo chamar a atenção do público, quando a Nextel usou justamente essa técnica para mexer com a Claro, Oi, TIM e Vivo. Nenhuma delas, no entanto, levou na esportiva.









E você se lembra de mais algum caso polêmico envolvendo as operadoras de internet e telefonia celular? Listamos alguns para que você possa justamente relembrar algumas das maiores alfinetadas entre elas!

Oi X Claro

Em 2004, a Oi publicou um anúncio onde dizia, ironicamente: “Eles estão enfrentando milhões de problemas e seus clientes estão muito irritados. Mas a gente não vai dizer o nome dessa operadora, claro”.
Na época, a operadora ficou com a rede congestionada porque acabava de lançar uma promoção que permitia ao cliente ligar de graça para alguém de outra operadora após às 21h. (Pois é, se há dois anos não existiam chamadas ilimitadas, quem dirá há 14 anos atrás).

E nem precisa dizer que a Claro entendeu o recado. Logo em seguida, a operadora publicou um anúncio de uma página inteira em jornais do Rio de Janeiro, onde dizia que uma concorrente presente em ranking de reclamações de órgãos de defesa do consumidor andou falando da Claro. Escreveu, também, que contava com 95% de seus clientes satisfeitos. Em um trecho, alfinetou de volta:
“Os clientes dessa concorrente só precisam de um simples oi para começar a ter problemas”.

TIM X Vivo (ou Morto?)

Em 2012, a TIM foi advertida pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), por publicar um anúncio que comparava preços com sua principal concorrente da época. Só que, ao invés de colocar o logo da Vivo, a WBCell, rede de lojas autorizadas que fez o anúncio, escreveu a palavra “MORTO”.
A campanha foi suspensa logo depois da Vivo registrar a denúncia, considerando ter sofrido dano à sua imagem. O relator responsável pelo caso concordou com a Vivo, alegando que o anúncio desrespeitava a concorrência e fazia mau uso da publicidade. 
A TIM chegou a se defender dizendo que não havia autorizado sua equipe de marketing a publicar o anúncio, que foi divulgado (e rapidamente recolhido) em jornais da Baixada Santista, em São Paulo.

TIM contra todas

Mais um caso envolvendo a TIM aconteceu em fevereiro do ano passado. Na verdade, não se tratava de um vídeo de marketing, e sim de uso interno, para incentivar sua equipe de vendas – apesar da operadora ter negado.
Além de exaltar a qualidade de sua rede 4G e seus planos, a TIM aparece no vídeo claramente alfinetando as principais concorrentes de telefonia móvel, incluindo a Nextel. Ela começa dizendo que “A nossa missão é salvar o cliente das furadas da concorrência!”, mas termina com frases que remetem a cada uma delas:
Com o formato do logo da Vivo, escreve que “Na TIM a gente não VIVE no mundo da lua”. Com o formato do antigo logo da Oi na palavra ‘tchau’, diz que “Não tá dando TCHAU pro mercado porque FALIU”.
Também coloca, em um fundo totalmente laranja – cor que representa a Nextel –, a frase “Não tem falta de sinal na hora da ligação importante”. E por último, diz que “Fica óbvio que somos a operadora mais inovadora do mercado”, se colocando contra a Claro, inclusive com parte do logo da Claro no fim da palavra “óbvio”. Se quiser assistir ao vídeo, acesse a matéria “Suposto vídeo interno da TIM faz chacota de concorrentes”, publicada pelo Minha Operadora.
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Nextel contra todas

Em 2018, foi a vez da Nextel. Ela nem quis saber de vídeo interno ou de esconder o que queria mostrar. Fez logo um comercial para ser transmitido em rede nacional, em horário de Jornal Nacional na TV Globo.
Para começar, ela contratou ninguém mais, ninguém menos do que o ator João Côrtes, o “ruivo da Vivo”, que gravou por muitos anos comerciais para a operadora, e que agora decidiu virar a casaca.
O vídeo começa com Côrtes entrando em uma biblioteca onde dançava um homem com chapéu, e questionando ironicamente o que ele estava fazendo. Não teria nada demais, se todos os comerciais da TIM mais recentes não fossem estrelados pelo dançarino Sven Otten, que se veste extremamente igual ao “sósia” no vídeo da Nextel.
Logo depois, ele passa por uma loja com fundo vermelho e uma vendedora animada perguntando se ele queria aproveitar a promoção. Ele responde “CLARO que não”, e deixa assim ainda mais evidente a referência.
Em seguida um homem o aborda na rua, perguntando “Você não é o ruivo da…?”. Se fosse terminar a frase, sabemos que a resposta seria VIVO. Ele responde que era, e que agora não é mais, fazendo uma referência de mudança para outra operadora.
Ele começa a finalizar sua ‘jornada’ ao olhar para a câmera e dizer para os consumidores fazerem como ele e mudarem para a Nextel, quando um rapaz sentado em um fundo todo amarelo diz: “Oi?”.
E é aí que até o mais desatento dos telespectadores entende a referência. Afinal, quem não se lembra das inúmeras finalizações de comerciais da operadora Oi, com o famoso “oi?” dito por crianças, jovens ou adultos?
Mas, como dissemos, aqui no Brasil é difícil trabalhar com o marketing de provocação. As empresas não aceitam. As operadoras também não. Poucos dias depois as operadoras denunciaram o comercial ao Conar, que suspendeu o vídeo e fez com que a Nextel retirasse do ar. Em seguida veio um comercial mais “light”, mas também provocativo, anunciando o “ruivo da Nextel”.
“Pronto, mudei! Hoje eu vou ser o moreno da Nextel, pode ser?” – e é assim que o ator João Côrtes finaliza a jogada de marketing da operadora, que, convenhamos, conseguiu tirar umas risadas do público.

Pequenas X Grandes 

Também não podemos nos esquecer das operadoras menores no Brasil, mas que tentam se fortalecer justamente mostrando alguma vantagem sobre as grandes concorrentes. Desde o começo se dizendo uma “desoperadora”, a operadora móvel virtual Veek vive postando em suas redes sociais imagens que simplesmente zombam da existência de operadoras como Claro, Oi, TIM, Vivo e Nextel. Eis alguns exemplos:

E com a ideia de bloquear a internet na banda larga fixa, que polemizou as discussões com as operadoras em 2016 (e, aliás, volta a ser um tópico de discussão em 2018), pequenos provedores de internet decidiram cutucar grandes operadoras com materiais publicitários.
A Copel Telecom fez vídeos que mostravam como seria se, no nosso dia a dia, tudo tivesse um limite. Como, por exemplo, se o carro parasse no meio do caminho. A provocação se mostra quando o narrador questiona que “Sua vida não é assim. Por que a internet tem que ser?”, fazendo uma referência à opinião contrária de bloqueio e redução de velocidade.
Sercomtel, TIM Live, Cabo Telecom e Algar Telecom também se mostraram totalmente contra o limite de franquia na banda larga, que é apoiado pela maioria das grandes operadoras. Reveja a matéria “Pequenas operadoras aproveitam para atacar grandes rivais por limite na internet”.
Mas, e você, apoia o marketing de provocação entre as operadoras? Acredita que ele possa ser saudável ou que prejudique a concorrência?

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