Confira como um acordo entre a Telefónica e a Portugal Telecom criou a maior operadora do Brasil, que após 16 anos se mantém na liderança. |
Hoje a Vivo completa 16 anos. Desde o início sua trajetória foi de impressionar. A companhia chegou ao mercado com o rótulo de maior operadora do Brasil, graças a um acordo entre a Telefónica e a Portugal Telecom, firmado em 2001. A Vivo foi constituída pela fusão de diversas operadoras de telefonia móvel espalhadas pelo Brasil – Telesp Celular, Telefônica Celular, Global Telecom e Tele Centro Oeste Celular.
Alguns dias antes da revelação ao grande público a Folha de S. Paulo comunicava o que acabou acontecendo:
“Uma das maiores migrações de usuários de telefonia celular do mundo ocorrerá nos próximos dias. O grupo português Portugal Telecom e o espanhol Telefónica decidiram que migrarão todos os 16,8 milhões de clientes da Telesp Celular, Telefônica Celular, Global Telecom e Tele Centro Oeste Celular para uma empresa só. Eles passarão a ser clientes da nova operadora Vivo, a maior do país. E foi isso o que aconteceu, o início da Vivo é marcado por uma grande associação, um polo de empresas convergindo para o mesmo objetivo.
Um fato curioso nesse processo inicial de concepção da companhia, é que assim como em tantas outras corporações, outros nomes para a marca passaram por sessões de brainstorming. Um dos nomes colocados à mesa foi Zulu.
A expansão no número de clientes com base em aquisições sempre esteve no DNA da Vivo, também pudera, a companhia chegou ao mercado com os dois pés na porta, agregando diversas operadoras. No seu primeiro ano de mercado a empresa já ostentava 22 milhões de clientes!
Essa característica de ir adicionando novas empresas ao seu “guarda-chuva” permaneceu nos anos seguintes. Em 2007, a Portugal Telecom já demonstrava interesse na Telemig Celular, que era líder em cobertura no estado de Minas Gerais. O presidente-executivo da Portugal Telecom na época, Henrique Granadeiro, chegou a declarar que “Se a Telemig estiver para ser comprada, deveria ser pela Vivo”.
E assim foi feito. Em agosto de 2007 a Vivo confirmava a compra da Telemig por R$ 1,213 bilhão. A Amazônia Celular também foi adquirida pela operadora. Com o acordo a Vivo ampliou ainda mais sua participação no mercado nacional, passando de 28% para 33%. A segunda colocada era a TIM, com 26% seguida pela Claro com 25%. Neste ano a base de clientes da Vivo chegou a 30,24 milhões.
Um dia após a confirmação da venda para a Vivo, a Telemig Celular fez um teste do 3G no Brasil, tecnologia que ampliava os horizontes da comunicação móvel, já que a partir dela começamos a tratar como uma realidade mais próxima as vídeo chamadas. O teste realizado pela Telemig foi baseado na tecnologia WCDMA/HSPA, a velocidade era de 14,4 Mbps. Lembrando que alguns anos antes, em 2004 a Vivo foi a primeira a oferecer 3G no Brasil, com a tecnologia Evolution-Data Optimized ou CDMA 1X-EVDO, com velocidade de 2,4 Mbps. Porém a cobertura era limitada a poucas cidades.
Em meio a essas idas ao mercado, a Telefónica manifestava seu interesse em assumir o controle acionário da Vivo, comprando a parte da sua, até então, parceira, a Portugal Telecom. Henrique Granadeiro, que era presidente da Portugal Telecom disse em meio a repercussão do assunto que a empresa não estaria disposta a abrir mão da Vivo e que nenhuma proposta da Telefónica havia chegado.
Três anos se passaram e o acordo virou uma realidade. Em 2010 a Telefónica anunciou o acordo com cifras de impressionar: a Vivo foi adquirida por 7,5 bilhões de euros. O acordo envolvia a compra de 50% da participação da Portugal Telecom na Brasicel, grupo que controlava a Vivo.
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Ainda neste ano, a Vivo firmou uma parceria interessante com a Pay Pal, trazendo ao Brasil o pagamento via celular, tendência que tem crescido nos últimos anos. A novidade era exclusiva para clientes Vivo GSM e 3G nos planos pré-pago, Vivo Controle e pós-pago. A realização do pagamento era feita via SMS.
Em 2011 foi a vez do lançamento de novos serviços. Vivo Fixo, serviço de voz e o Vivo Box, integrando telefonia fixa, internet e Wi-Fi. O serviço começou a operar nas cidades de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Vitória.
Esses serviços já faziam parte da nova estratégia da Telefónica em utilizar comercialmente a Vivo para nomear alguns dos seus serviços. A linha fixa da Telefónica passou a se chamar Vivo Fixo, os serviços de banda larga Speedy e Ajato viraram Vivo Speedy. O Telefónica 15 virou Vivo 15. No segmento de TV por assinatura a Telefónica TV Digital passou a ser conhecida como Vivo TV. A Fibra Banda Larga e a Fibra TV mudaram, respectivamente, para Vivo Speedy Fibra e Vivo TV Fibra.
Os movimentos da Vivo para oferecer o 4G começaram em 2012. A companhia arrematou o segundo lote do leilão por mais de R$ 1 bilhão, ficando com um dos melhores lotes, em termos de capacidade de cobertura. O primeiro aparelho vendido no Brasil compatível com a tecnologia foi o Razr HD, da Motorola.
Em termos de fornecedores de equipamentos para infraestrutura 4G, a chinesa Huawei e a sueca Ericsson foram as escolhidas pela Vivo. Este ano também foi marcado pelo lançamento do novo datacenter Telefónica/Vivo, localizado em Santana do Parnaíba (SP). Foram investidos R$ 400 milhões.
Em termos de fornecedores de equipamentos para infraestrutura 4G, a chinesa Huawei e a sueca Ericsson foram as escolhidas pela Vivo. Este ano também foi marcado pelo lançamento do novo datacenter Telefónica/Vivo, localizado em Santana do Parnaíba (SP). Foram investidos R$ 400 milhões.
Assim como ocorre hoje com o 4.5G, que não é uma nova geração, trata-se apenas de um nome comercial para definir melhorias aplicadas na rede 4G, antes do lançamento do seu 4G, chamado de 4G Plus, a Vivo apostou no 3G+, uma rede HSPA+, que prometia entregar velocidades entre 3 Mbps e 7 Mbps.
O 4G Plus da Vivo foi lançado em 2013. Inicialmente o serviço foi oferecido em 7 capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza e Brasília.
Em 2015 foi aprovada mais uma aquisição de peso da Telefónica. A compra da GVT por 4,663 bilhões de euros. A GVT era controlada pela francesa Vivendi.
A aquisição fez com que o nome GVT sumisse do mercado em 2016. A Telefónica optou por reforçar ainda mais a marca Vivo.
“Com isso, unem-se a marca que oferece a maior cobertura internet móvel com a que possui a melhor banda larga do Brasil. A que investe em tecnologia e inovação com aquela que oferece excelência em atendimento. A marca líder em velocidade e clientes 4G com a primeira a oferecer canais em HD a todos os clientes. Desde maio de 2015, as empresas já atuam para aumentar os padrões de qualidade, serviços e benefícios exclusivos aos clientes”, dizia o comunicado sobre a decisão de não usar mais o nome GVT.
Com o estardalhaço comercial que a Claro vem fazendo em torno do 4.5G, a Vivo teve que correr atrás do prejuízo. No início do ano passado foi assinado um acordo com a Huawei para a implantação da tecnologia, não só no Brasil mas em outras partes do mundo. Os primeiros lugares que receberam o 4.5G, ou 4.5G+, forma como a Vivo vende a tecnologia, foram Rio de Janeiro, Bogotá (Colòmbia), Monterrey (México). A expansão do serviço ocorreu com velocidade, conforme noticiamos aqui no Minha Operadora, até o fim de fevereiro de 2018 mais de 100 cidades no Brasil já estavam sendo atendidos pela tecnologia.
Embora a Vivo tenha divulgado no fim de 2018 que fechou o ano com 4 mil municípios com cobertura 4G e 4.5G, a realidade não é bem essa, conforme explicamos aqui, os números foram inflados, já que na lista de cidades com 4.5G está incluso a maioria dos municípios, se não todos, que aparecem na lista de regiões com tecnologia 4G.
Passado 16 anos a Vivo se mantém como a principal operadora de telefonia móvel do Brasil. São mais de 70 milhões de clientes! Nos próximos anos a companhia seguirá em expansão. Até 2020 serão investidos R$ 10 bilhões no Brasil. O foco dessa expansão será em torno da nova geração de conexão móvel, o 5G, e é claro, no tão disputado mercado de banda por fibra ótica (FFTH).