05/04/2025

Oi tem plano de recuperação aprovado pela Justiça

Apesar de fazer algumas ressalvas, juiz destaca importância de recuperação da Oi, única operadora em 3 mil municípios e com mais de 70 milhões de clientes.


Depois que o plano de recuperação judicial da Oi fora aprovado pelos credores, no dia 20 de dezembro, ainda restava um passo para que este fosse levado adiante: a aprovação pela Justiça. Fato que a Oi confirmou, nesta segunda-feira (8), uma vez que o plano foi homologado pelo Juízo da 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. A luz no fim do túnel.

Entretanto, o juiz responsável especificou algumas ressalvas no plano, como a extensão do pagamento de comissão prevista em capitalização futura para todos os credores, sem distinção. Veja na íntegra:



“a) ser inválida a Seção 11 do Anexo (denominado Subscription and Commitment Agreement do PRJ), no que tange à faculdade conferida às Recuperandas de realizarem reembolso de despesas incorridas pelos credores na busca pela satisfação de seus créditos;

b) serem as condições previstas no item 5 do mesmo Anexo, que preveem o pagamento de commitment fee, extensíveis a todos os credores nas mesmas condições”.

De acordo com nota divulgada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), o juiz Fernando Viana acredita que a recuperação da Oi é importante para o contexto econômico brasileiro. “Não custa lembrar que o Grupo Oi é um dos maiores conglomerados empresariais do Brasil, com forte impacto na economia brasileira e recolhedor de valores bilionários aos cofres públicos a título de impostos”, afirmou.

Ele ainda destacou que a operadora tem mais de 70 milhões de clientes, sendo que cerca de 3 mil municípios dependem exclusivamente de sua rede. A Oi também gera mais de 140 mil empregos e é responsável pelo sistema de telecom que viabiliza atividades como as eleições, segundo Viana.

Agora, a Oi pode – e deve – finalmente dar início ao cumprimento do plano, como a conversão de dívida em ações (em até 75% do capital da empresa), o aporte de R$ 4 bilhões de novos recursos por credores e acionistas, e a possibilidade de mais R$ 2,5 bilhões de capitalização via mercado de capitais, que vão aumentar seu investimento para R$ 7 bilhões nos próximos três anos. Sua dívida financeira será reduzida quase pela metade – vai de R$ 49,4 bilhões para R$ 23,9 bilhões.

Assembleia de Acionistas

Sobre a Assembleia Geral Extraordinária de Acionistas, solicitada pela Pharol e por acionistas que não concordam com o plano e, inclusive, protestam contra supostas ilegalidades, o juiz afirma que não há a necessidade que seja feita. 

O grupo português Pharol é o maior acionista da Oi, com 22,24% da companhia, e na própria segunda-feira havia marcado até mesmo uma data para que a reunião com os acionistas acontecesse: 7 de fevereiro. Do outro lado, a Oi aguardava um posicionamento judicial para saber se deveria participar da assembleia, e agora, de fato, não participará. 

As acusações sobre a governança da Oi foram defendidas na decisão, onde constou que não houve violação de lei e sim a busca pela “estabilidade institucional aos órgãos sociais e aos administradores das recuperandas para fins de cumprimento do plano de recuperação judicial aprovado”.

A palavra final? Que “a convocação de AGE é absolutamente desnecessária para dar eficácia à decisão soberana dos credores. Pelo contrário, a convocação de assembleia de acionistas, nesta hipótese, reinstalaria a instabilidade fortemente rejeitada pelo Judiciário durante todo esse processo de recuperação judicial”.

Com a homologação judicial do plano da Oi, os prazos a serem iniciados com base no documento logo serão divulgados pela operadora.

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Vinícius Guerra

Se a Vodafone, AT&T, Verizon ou qualquer outro grupo forte comprasse a Oi, seria até melhor para nós consumidores, pois teria mais um grande player no mercado. O ruim disso tudo, formou-se um cartel entre as 3 gigantes com a anuência da Anatel, que defende muito mais as empresas que o consumidor. O verdadeiro papel, deveria ser de órgão fiscalizador.

Tudo no Brasil é assim mesmo, é sofrido, causa revolta e até indignação. A venda da Oi ela é mais do que correta, agora, seria melhor, se houvesse de fato uma empresa estrangeira para arrematá-la, essa é a questão.

Cidade - UF
Rio de Janeiro
Tauan Fontoura

Ora ora, precisamos de um incrível Sherlock Holmes para investigar se houve prática anticompetitiva.
Vejamos, as 3 grandes operadoras se juntam para fazer uma oferta única de compra da quarta maior operadora.
Realmente parece algo muito complexo de se ver um cartel.

Cidade - UF
Vila Velha ES
gelson costa

Todas as empresas foram convidados para participar do leilão da Oi com o primeiro lance de R$16 bilhões de reais. As operadoras menores não mostraram interesse em participar, as grandes operadoras em telecomunicações TIM ,CLARO e VIVO falaram que não tinham caixa para comprar a Oi móvel e arcar com os investimentos iniciais , por isso que formaram um grupo para compra . O cade e os órgãos reguladores permitiram porque se não ouve-se compradores a OI não só quebraria como daria um calote nos seus credores e também no governo e com milhares de pessoas sem a cesso a… Leia mais »

Cidade - UF
Rio de Janeiro RJ
Renata Viana Silva

Algar e Sercontel não quiseram entrar no páreo…
agora querem melar o negócio!
Tem dedinho do Tanure aí!

Cidade - UF
Anápolis
Renata Viana Silva

Os conselheiros do CADE precisa deixar a Oi seguir adiante!
A Oi vai focar somente em fibra para a ser a maior do Brasil!
Seria muito pior a Oi falir; ninguém receberia!
E os clientes ficariam a mercê, sem sinal, sem saber o que fazer.

Cidade - UF
Anápolis