Operadora americana de 50 milhões de clientes está sendo processada por lucrar ao vender serviço adicional inútil e sem o consentimento dos consumidores. |
A Comcast Corporation, empresa americana que hoje reúne mais de 50 milhões de clientes de TV a cabo, internet e telefone, recebeu mais uma acusação na última semana referente a um processo que já dura um ano. O curioso é a semelhança do caso com ações de outras operadoras, inclusive brasileiras, que oferecem serviços adicionais no celular, que muitas vezes os clientes nem querem, mas são praticamente obrigados a aceitar. Muitos deles, sem nenhuma utilidade.
A gigante de telecom está sendo processada desde agosto de 2016 pelo gabinete do procurador-geral do estado de Washington, Bob Fergurson. A queixa seriam as práticas ilegais de implantação de um “Plano de Serviços de Proteção” (Service Protection Plan – SPP), criado em 2011 e que, desde então, fez a Comcast ganhar US$ 73 milhões até 2015.
De acordo com a acusação, o plano adicional enganava os consumidores de duas maneiras:
- 1º, porque a maioria deles era inscrita sem decidir se de fato queriam o serviço;
- 2º, porque o plano era divulgado por atendentes como se fosse gratuito, enquanto existia a cobrança mensal de 6 dólares após o primeiro mês de uso.
Desde 2011, aliás, o custo do SPP triplicou.
As evidências também revelaram que mais da metade dos consumidores que aderiram ao plano na verdade não sabiam dessa adesão, feita de forma ilegal por atendentes que ganhavam 5 dólares por cada venda. Foi mais de meio milhão de clientes inscritos no serviço somente no estado de Washington.
Tem mais…
Para piorar, o plano de serviços de proteção jamais ofereceu nenhuma assistência como prometia, mesmo com o pagamento mensal, tornando o serviço totalmente inútil. Ao invés de oferecer assistência sem custo, como dizia no contrato, de reparos internos e externos de instalação, qualquer tipo de proteção do plano era cobrado à parte. O que era de graça? Somente a visita do técnico para detectar problemas.
Agora, em dezembro de 2017, Ferguson, o responsável pela acusação, amplia o processo pelo fato da empresa ter deletado 90% do banco de dados de seus clientes, incluindo as ligações – ou falta delas – entre atendentes e clientes, que poderiam colaborar com a investigação e decisão sobre o caso. Ao longo do último ano, a Comcast havia sido orientada para guardar todos os dados, o que não foi respeitado.
Em defesa, a Comcast diz que a procuradoria-geral se baseia em metodologias equivocadas, sendo que o plano de serviços de proteção funciona como deveria e cobre os reparos quando necessário.
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