Eurico de Jesus Teles Neto, que estava ocupando interinamente a Presidência da Oi desde que Marco Schroeder renunciou, vai permanecer no cargo. |
O Conselho de Administração da operadora de telecomunicações Oi comunicou, na noite desta segunda-feira (27), aos acionistas e ao mercado em geral, que o advogado Eurico de Jesus Teles Neto, até então Diretor Jurídico da companhia, será também o novo Diretor Presidente da empresa.
Teles foi escolhido por unanimidade entre os conselheiros da casa e vai acumular as duas funções – de Diretor Presidente e Diretor Jurídico.
Eurico de Jesus estava ocupando interinamente a cadeira da Presidência da Oi desde a última sexta-feira (24), quando a companhia anunciou que Marco Schroeder deixaria o posto. Agora ele terá o desafio nada fácil de manter a Oi nos trilhos em meio a um processo de recuperação judicial que se arrasta desde junho de 2016.
Na Oi desde a fundação, Eurico de Jesus conhece a empresa como a palma da sua mão. Passou pelos cargos de Diretor de Serviços Jurídicos e Gerente Jurídico de Operações. São 34 anos de experiência somente na área jurídica.
De acordo com dados pesquisados pelo Minha Operadora no Escavador, o advogado possui quase 2 mil processos indexados, sendo a maioria deles da Telemar Norte Leste S/A e Oi S/A.
Novo Presidente da Oi – réu acusado de subornar advogados
Eurico de Jesus Teles Neto tornou-se réu no ano passado depois que a juíza Ana Cristina Grossi, da 3ª Vara Criminal de Passo Fundo (RS) aceitou uma denúncia aberta pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul contra ele. Além de Eurico, mais quatro advogados foram acusados por formação de quadrilha, estelionato, patrocínio infiel e lavagem de dinheiro.
Segundo reportagem publicada no dia 22/08/2016 pela revista Época, Eurico foi acusado de participar de esquema que fraudava processos judiciais da Oi, subornando um escritório de advocacia em troca do arquivamento de ações judiciais contra a empresa de telefonia.
Estima-se que mais de 30 mil pessoas em todo o Rio Grande do Sul, que haviam aberto processos contra a Brasil Telecom, e que depois foram absorvidos pela Oi, tenham sido prejudicadas pela estratégia jurídica desonesta – e “criminosa”, nas palavras do MP/RS – dos advogados.
A Oi negou, por meio de nota, que tenha agido de má fé, mas que “decidiu buscar acordos no maior número possível para minimizar prejuízo seguindo todos os ritos legais e previstos na lei”.
O Minha Operadora publicou desdobramento do caso na matéria “Oi é acusada de subornar advogados para enganar clientes na Justiça“, em 25 de maio de 2017.
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