Operadora móvel virtual ainda não realizou investimento expressivo em marketing, mas já conta com mais de 3.000 pessoas cadastradas em lista de espera.
O mercado de telefonia móvel brasileiro ganhará mais um concorrente nas próximas semanas: trata-se da Fluke Operadora. Ela será mais uma operadora móvel virtual (MVNO) a operar com o conceito de ser 100% digital, sem pontos físicos de atendimento nem recarga.
De acordo com o CEO da Fluke, Marcos Antônio Oliveira Júnior, 21 anos, a empresa já nasce se pautando em dois pilares muito fortes: transparência e flexibilidade. “Se o cliente está pagando mais do que precisa, é o meu papel de avisar que ele está pagando mais e ajuda-lo a contratar o que faz sentido”, disse Marcos, por telefone, ao Minha Operadora.
Mesmo sem divulgação publicitária na mídia – o que deve começar a ser feito muito em breve – mais de 3.000 pessoas já estão cadastradas na lista de espera aberta no site da empresa.
A operação de testes da Fluke começará sendo feita no DDD 16 (região de São Carlos, Ribeirão Preto e Araraquara, SP). A empresa ainda não tem previsão de se expandir para outras áreas locais. Também não foi fechado contrato ainda com nenhuma empresa de telecomunicações para prover a infraestrutura da operadora, mas Marcos garante que tudo está no processo final.
Preços e planos da Fluke Operadora
O tarifário da Fluke Operadora será semanal e composto por três opções: um para quem está contratando o plano por Gigas, outro para quem também está contratando minutos e um terceiro que vai funcionar como uma tarifa-base de assinatura semanal, contendo um pacote fechado de internet e minutos. Essa última opção é a mais comum no mercado de telefonia celular brasileiro.
“A lógica de a gente colocar tarifas semanais é que dificilmente você sabe o que vai fazer em todo o próximo mês, mas provavelmente você sabe o que vai fazer na próxima semana. Então nessa lógica de a gente tentar ajudar o cliente a adaptar o que é o padrão de consumo dele, a gente entendeu que o modelo do plano semanal atendia bem no sentido de ‘Poxa, eu sei que semana que vem eu vou viajar de férias e quase não vou usar o celular, e posso não contratar nada e viajar tranquilo; ou não, eu vou viajar à trabalho e vou usar 3G pra caramba, e aí ele consegue contratar um Up para essa semana. O cliente entende melhor da rotina dele sobre o que vai acontecer na próxima semana e consegue ajustar melhor o plano de celular”, explicou Marcos.
Como surgiu e para quem é a Fluke Operadora
A Fluke foi criada por três estudantes da Universidade São Paulo (USP), Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Universidade Paulista (UNIP). A startup chegou a ser escolhida para representar o Brasil na International Business Model Competition (IBMC), evento anual que premia a melhor ideia de negócio universitário do mundo. Lá, os meninos conseguiram chegar nas Quartas de Final.
A equipe da operadora virtual é jovem e enxuta, um diferencial que só MVNOs podem ter. Entre os profissionais que estão à frente da Fluke Operadora está o próprio Marcos Júnior, CEO da empresa; Joaquim Molina, que lidera o desenvolvimento de operadoras móveis virtuais (MVNOs) e Internet das Coisas na América Latina; Augusto Pinheiro, Diretor-Chefe de Tecnologia (CTO); e Yuki Watanabe Kuramoto, Diretor de Produto.
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Por ser um produto novo, Marcos entende que a Fluke será mais aceita pelos jovens e universitários. “Hoje o público que nos procura está concentrado entre pessoas de 16 e 30 anos, mas as nossas abordagens estão direcionadas, nesse primeiro momento, para um público universitário. Isso não quer dizer que estejamos restritos a esse público, é mais porque é um público que a gente consegue conversar bem, estar próximos. A região do 016 é também muito universitária, então foi um público que a gente achou bem interessante para focar”.
Investimento aportado
Para colocar a Fluke Operadora no mercado, Marcos contou que houve uma rodada de investimentos, mas não entrou em detalhes sobre a quantia que foi investida na empresa. Porém, em reportagem publicada em abril de 2018 pela revista Época Negócios, os criadores da Fluke estimavam um investimento inicial de R$ 6 milhões.
“A gente acordou de não divulgar isso publicamente, pelo menos nesse primeiro momento, mas a Fluke trabalha como organização independente. A gente tem alguns investidores por fora, mas ela não está vinculada ou é braço de nenhuma outra empresa. A Fluke é uma empresa independente”, afirmou.
Nome Fluke foi uma ‘coincidência feliz’
E como surgiu o nome Fluke? Tudo começou por acaso. Marcos conta que a equipe estava reunida pensando na criação da operadora e surgiram vários nomes na roda de conversa. Porém, ninguém entrava em consenso sobre o nome ideal da empresa.
“Aí eu brinquei com a galera, se a gente quer ter uma operadora de estimação, vamos dar nome de cachorro, de gato… então saiu esse nome ‘Fluke’ lá. Todo mundo olhou, achou meio estranho, mas eu gostei. Passaram dois meses, a gente descobriu que o nome ‘Fluke’ em inglês quer dizer ‘coincidência feliz’ ou ‘lance de sorte'”, revela Marcos.