Alguns clientes ficaram com o aplicativo Claro Flex travado, outros estão sem sinal e o regulamento da oferta é praticamente impossível de ser encontrado.
Você já deve saber que o aplicativo Claro Flex está exibindo duas novas opções de ofertas para contratação, uma delas oferece 10GB por R$ 49,99 por mês. Depois de a mudança no portfólio ter sido divulgada aqui no Minha Operadora e em sites como Tecnoblog, Oficina da Net, Gizmodo e TudoCelular, muita gente comprou chips da Claro na esperança de tentar obter acesso a promoção. Porém, segundo dezenas de relatos, a tentativa de migrar para o Claro Flex tornou-se um “filme de terror”.
É promoção ou preço?
Para começar, existe uma grande dúvida no ar: o valor das ofertas é promocional e válido por apenas três meses? Isso é uma incógnita. No momento da contratação da oferta pelo aplicativo Claro Flex, só é apresentado um preço para o consumidor, e nenhum aumento futuro na mensalidade é avisado no momento da contratação.
No entanto, alguns internautas, como o Gian Elias, alegam que tiveram acesso a um regulamento em que mostra claramente que o valor praticado no Claro Flex é promocional e válido por 3 meses. Porém, eles não disseram como tiveram acesso a esse conteúdo.
A equipe do Minha Operadora fez uma verdadeira varredura no site da Claro em busca do regulamento do Claro Flex e não encontrou nada. A operadora também não dá acesso ao regulamento da oferta no aplicativo, pelo menos não durante o processo de contratação. O cliente adere um plano sem conhecer as regras do que está contratando. É um tiro no escuro.
Falha no aplicativo e perda de sinal
O leitor Wendell Carvalho, de Ceilândia (DF), trouxe um outro problema. Ele conseguiu concluir os passos do aplicativo para migrar a linha Claro Pré dele para o Claro Flex. A solicitação de mudança de plano foi feita nesta terça-feira (6), mas até o momento da publicação desta matéria, Carvalho já estava há mais de 21 horas sem sinal no celular.
“Já entrei em contato com a Claro e a mesma diz que meu chip ainda não está no Claro Flex, algumas pessoas que me atenderam nem sabiam o que era a Claro Flex. Em todo caso me pedem pra que eu espere 24 horas pra concluir a migração. Em pleno 2019 ainda há tamanha espera pra migrar um plano. Estou sem internet e preciso trabalhar com ela”, desabafou.
VIU ISSO?
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Tivemos acesso a prints que dão noção do tamanho do problema. Logo após as etapas de adesão ao Claro Flex serem finalizadas, uma tela exibe a seguinte mensagem:
“Migrando seu número para o Claro flex. Aguarde mais 2 minutos e reinicie seu aparelho. Falta pouco, estamos nos detalhes finais”.
Apesar de pedir para o cliente aguardar dois minutos, temos relatos de gente que ficou com o aplicativo travado nessa mensagem por mais de duas horas. Outros usuários lamentaram terem perdido o sinal da linha após tentar mudar para o plano.
Ao tentar entrar em contato pelo aplicativo para solicitar ajuda, o chat da Claro informa que os atendentes estão ocupados e não é possível prestar atendimento. Na central de atendimento da operadora pelo número 1052, os consumidores alegam que os atendentes sequer sabem do que se trata a promoção Claro Flex.
Nós fomos atrás da Claro pedindo uma resposta aos vários clientes que estão enfrentando problemas com a linha móvel depois de tentar fazer parte do Claro Flex. Infelizmente, mesmo após seis horas do envio da demanda, a equipe do Minha Operadora não recebeu nenhum retorno da In Press Porter Novelli, empresa de assessoria de imprensa que presta serviços para a Claro. Os consumidores, portanto, seguem abandonados pela empresa e sem saber o que fazer.
NOVIDADE SOBRE O ASSUNTO:
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Histórico negativo da Claro em 2019
Pressionou a Anatel para impor limites na banda larga fixa
Essa não é a primeira vez que a Claro causa irritação nos clientes pela forma de agir. Em janeiro deste ano, a operadora decidiu retomar a discussão sobre a imposição de franquias na banda larga fixa ao pedir que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) analise as formas de comercialização da internet fixa para as prestadoras “exercerem a liberdade nos modelos de negócio”.
Quebrou promessa de promoção de retenção
Em abril, o site Minha Operadora denunciou que a Claro não estava cumprindo uma promoção de retenção que oferecia 3GB de internet, 500 minutos em ligações para outras operadoras e chamadas ilimitadas para Claro por R$ 14,99 por mês. A oferta era prometida para usuários Claro que solicitavam portabilidade para outras operadoras.
Fizemos um teste: solicitamos a migração da linha pré-paga da Claro para a Oi, recebemos a abordagem da Claro sobre a oferta por SMS, pedimos para que a Oi cancelasse o bilhete de portabilidade, mas a promoção que a Claro prometeu não foi ativada. Ao ligar para o SAC da empresa e abrir uma reclamação, a Claro respondeu ao chamado alguns dias depois informando que não iria liberar a promoção porque a linha não estava apta.
Na época, a assessoria de imprensa da Claro reconheceu o erro e informou que havia ativado a promoção em todas as linhas em que a abordagem de retenção foi feita. Porém, alguns clientes procuraram o Minha Operadora posteriormente para informar que a oferta de retenção durou só por um único mês.
Foi autuada com um processo coletivo pelo Procon-TO
Em maio, a Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor do Tocantins (Procon-TO) abriu processo coletivo contra a Claro. A causa foi a má prestação dos serviços prestados pela empresa. O superintendente do Procon Tocantins, Walter Viana, disse que chegou “a oficiar a Claro para que a mesma respondesse o que seria feito, mas as respostas não foram suficientes para esclarecer os questionamentos”.
Tentou impedir a FOX de distribuir seus canais para não assinantes de TV paga
No mês de junho, o caso FOX foi amplamente divulgado pela mídia. O canal foi proibido pela Anatel de distribuir conteúdo para quem não fosse assinante de televisão por assinatura. O pedido foi feito pela Claro, causando revolta de grande parte dos consumidores.
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), repudiaram o pedido da Claro e consideraram inadmissível a medida cautelar imposta pela Anatel que proibiu a FOX de distribuir o seu próprio conteúdo pela internet.
O presidente da Anatel, Leonardo de Morais, rejeitou as críticas e reiterou a decisão contra a FOX. Porém, o Tribunal Federal Regional da 1ª Região considerou inválidos os argumentos da Claro e da Anatel de “respeito à Lei do SeAC” e manteve a FOX livre para distribuir para quem quiser o conteúdo dela. O juiz federal Illan Presser entendeu que o Marco Civil da Internet prevê “à difusão e à democratização de conteúdos informativos e de entretenimento”.
Teve quatro campanhas julgadas pelo Conar só neste ano
Ainda em junho, o Minha Operadora expôs que o Conar estava de olho nas propagandas da Claro. Até o momento da publicação da matéria, a companhia foi a única do setor de telecomunicações a responder processos no Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária por más práticas na veiculação de campanhas publicitárias.
Foram julgadas quatro peças publicitárias da Claro, sendo que em três delas os conselheiros do Conar foram unânimes em solicitar a alteração do conteúdo propagado pela operadora.
Deu o pontapé na redução da remuneração das recargas vendidas por comerciantes
No mês passado, a Claro decepcionou comerciantes ao decidir reduzir a taxa de comissão que os lojistas recebem ao vender recargas, de 5% para apenas 2%. A revelação foi feita pela empresa Recargapay. Ao observar a atitude da operadora mexicana, a Oi seguiu o exemplo e também anunciou a redução no percentual de remuneração das recargas.