23/11/2024

Modelos de celulares são investigados por emitir muita radiação

Smartphones da Apple e Samsung emitem níveis mais altos de radiação do que o permitido por órgão dos Estados Unidos, de acordo com teste independente.

A Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês), órgão que regulamenta o setor de telecomunicações nos Estados Unidos, abriu investigação contra a Apple e a Samsung para averiguar a denúncia de que smartphones das duas companhias estão emitindo radiações acima dos níveis permitidos por lei.

A investigação começou após o jornal Chicago Tribune divulgar na semana passada um teste independente realizado nos modelos iPhone 7 e iPhone 8, da Apple, e Galaxy S8, Galaxy S9 e Galaxy J3, da Samsung.

O teste conduzido pela empresa independente Exposure Labs, pago pelo Chicago Tribune, avaliou a radiação do telefone em potência máxima no momento que ele está a 2 mm de distância do corpo humano. O teste simulou quando um usuário segura o aparelho próximo ao ouvido durante uma ligação ou quando o mesmo está no bolso.

O objetivo foi verificar se os telefones celulares são tão seguros quanto os fabricantes e os órgãos afirmam.

O resultado foi surpreendente, pois, smartphones populares apresentaram medidas acima do limite legal de segurança, alguns com o dobro da radiação informada pelas fabricantes aos reguladores federais.

Embora não esteja claro se a radiação de radiofrequência dos celulares aumenta o risco de câncer ou levar a outros danos físicos, as fabricantes e órgãos reguladores determinam limites de exposição, dado o uso generalizado dos celulares hoje em dia.

Para medir a radiação é utilizada a SAR (Taxa de Absorção Específica, na sigla em inglês). Ela mede a quantidade de energia RF (radiofrequência) absorvida pelo organismo durante a utilização do dispositivo. Nos Estados Unidos, o limite máximo permitido para a SAR é de 1,6 W/kg.

Durante o teste padrão encomendado pelo Chicago Tribune, a uma distância de 2 mm do corpo, o iPhone 7 apresentou taxa de 7,15 W/kg, o iPhone 8 (5,37 W/kg), o Galaxy S8 (8,22 W/kg), o Galaxy S9 (3,8 W/kg) e o Galaxy J3 (6,55 W/kg).

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A Apple disse ao jornal que seus testes eram imprecisos em comparação com os testes da própria empresa. Já a Samsung afirmou que seus dispositivos vendidos nos Estados Unidos estão em conformidade com os regulamentos da FCC.

No Brasil, a Anatel adota o limite de 2,0 watts por quilograma.

Desde 2018, as fabricantes são obrigadas pelo órgão a informar o consumidor com mensagens em seus manuais: “Este produto atende ao limite de SAR estabelecido pela Anatel de 2,0 W/kg” e “ao carregar o produto ou utilizá-lo próximo ao corpo, mantenha-o a uma distância mínima de 1,5 cm do corpo, para garantir conformidade com os limites de exposição de RF (ou radiofrequência)”.

O Minha Operadora consultou os certificados dos aparelhos iPhone 7, iPhone 8, Galaxy S8, Galaxy S9, e todos se encontram homologados junto a Anatel e dentro da validade. O certificado do Galaxy J3, nos modelos SM-J320M e SM-J320M/DS, ambos de 2016, se encontra suspenso desde janeiro de 2018.

Nos testes apresentados nos certificados do órgão brasileiro, as taxas máximas da SAR medidas — simuladas próximo à cabeça dos usuários — foram as seguintes: iPhone 7 (1,650 W/kg), iPhone 8 (0,833 W/kg), Galaxy S8 (0,795 W/kg), Galaxy S9 (0,198 W/kg) e Galaxy J3 (0,626 W/kg).

Ainda não existe um nível “seguro” ou recomendado de radiação para smartphones, mas o órgão de proteção ao meio ambiente na Alemanha, o Der Blaue Engel, por exemplo, só aprova aparelhos que apresentam SAR de até 0,60 W/kg.

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