Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos espera arrecadar a partir de R$ 282 milhões com serviço de telefonia. |
Os Correios, que desde 2012 está se preparando para entrar no mercado de telefonia móvel como uma operadora virtual (MVNO – Mobile Virtual Network Operator), concluiu a preparação de um novo edital, com novas cláusulas, levando em conta opiniões enviadas pelas próprias operadoras. A mudança foi necessária porque a parceria com a Poste Italiana (os correios da Itália) foi desfeita no começo de 2015.
Agora, as maiores empresas de telecomunicações do país tem até o dia 17 de março para enviar suas propostas de valor. A disputa é para conseguir ser a escolhida pelos Correios como a companhia responsável pela distribuição de chips, recargas, e fornecimento da infraestrutura do serviço.
De acordo com as exigência dos Correios, só poderão participar da competição empresas que possuam cobertura em pelo menos metade do território do país. Além disso, a estatal avaliará a operadora que oferecer a melhor comissão na venda de chips e recargas.
Para os Correios, é importante a busca de modernização dos seus serviços, tendo em vista que o tradicional envio de cartas está em declínio constante. A empresa justifica o seu interesse no setor de telecomunicações com exemplos de casos de sucesso em outros países, como Itália, Alemanha, França e Portugal. Com um contrato de cinco anos, os Correios esperam aumentar sua receita em R$ 282 milhões com a prestação do serviço de celular.
Já a operadora tradicional de telefonia que vencer a “licitação” deverá ser beneficiada com o poder de alcance dos Correios no varejo, para a venda de chips e compra de créditos pré-pagos, por exemplo. As mais de 12 mil agências da companhia espalhadas pelo Brasil são vistas como o grande trunfo para conseguir clientes. Como a operadora dos Correios será uma MVNO credenciada, ela deverá manter as ofertas e serviços da sua operadora tradicional, atuando apenas como revendedora.
Vivo e TIM são as que mais alugam redes
O Brasil regulamentou a instalação de operadoras virtuais no país no final de 2010. De lá para cá, algumas empresas desse tipo inciaram suas operações, como a Porto Seguro Conecta, a primeira a chegar de fato ao mercado. A TIM foi a responsável por alugar suas antenas para a MVNO.
A TIM também emprestará parte da sua rede para a Surf Telecom, com licença concedida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) desde outubro do ano passado.
A Vodafone Brasil (ex-Datora Telecom) atua no setor de M2M (máquinas de cartão de crédito e rastreamento de veículos, por exemplo) em parceria com a Claro.
A mineira Algar Telecom fornece sua rede para a Terapar.
Enquanto a Telefônica/Vivo, até o momento a mais envolvida no setor, já conseguiu fechar um acordo de credenciamento com a Mais AD (empresa ligada à igreja Assembleia de Deus), que começou a operar em outubro de 2015, inicialmente na região metropolitana de São Paulo.
Ainda estão concluídas as negociações no modelo de autorização da Vivo com as operadoras Virgin Mobile e Sisteer, porém sem data para entrarem no mercado brasileiro, apesar de já aprovadas pela Anatel.
Mesmo com altos investimentos, as operadoras atuantes no segmento ainda encontram rejeição por parte dos usuários brasileiros. Acostumados com as “empresas originais” e receosos de lidar com “amadores” se aventurando no setor, o número de clientes das três principais operadoras com dados divulgados pela Anatel sequer passam de 400 mil. Comprove no gráfico interativo abaixo:
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