22/11/2024

Nossos leitores preferem que a TIM compre a GVT

Uma possível parceria ou compra entre a TIM e a GVT é mais aguardada pelos nossos visitantes. Analise o resultado completo.

Na semana passada (entre os dias 10 à 16 de agosto) o Minha Operadora manteve no ar uma enquete sobre as últimas negociações envolvendo a operadora brasileira GVT, controlada pela francesa Vivendi. Como veiculamos recentemente, a Telecom Italia (dona da TIM) está interessada em unir os serviços móveis da TIM – segunda maior operadora de telefonia móvel do Brasil – com os serviços de telefonia, televisão e banda larga fixa da GVT. Já a Telefónica (dona da Vivo), quis enfrentar a Telecom Italia e ofereceu uma proposta de R$ 20,1 bilhões à Vivendi pela GVT, além de parte de suas ações na Telecom Italia. Nesta segunda-feira (18), a Telecom Italia inclusive disse que estaria disposta a cobrir a oferta da Telefónica.

Sabemos que essa é uma disputa de gigantes e que nós, simples consumidores, não podemos decidir qual será o fim desse negócio bilionário. Mas, obviamente, ficamos na torcida por uma ou outra operadora e nós da imprensa estamos acostumados a informar sobre problemas que cada operadora enfrenta e as novidades que lançam. Diante do histórico da TIM e da Telefónica/Vivo no Brasil (para saber sobre a atuação delas fora do país leia os artigos da série “Além das Fronteiras”), qual delas administraria melhor a GVT? Foi isso o que questionamos em nossa enquete passada.





A grande maioria (71%) preferem que a TIM compre parte ou toda a GVT. Somente os outros 29% querem a Vivo compre a operadora com uma das melhores se não a melhor banda larga do país. Por quê? É difícil para nós chegarmos a um consenso sobre isso.

Sabemos que a TIM foi considerada a operadora de telefonia celular mais problemática dos últimos anos, chegando a ser proibida de vender novas linhas em 17 estados brasileiros. A Vivo – pela boa qualidade alegada pela Anatel – não recebeu punição em nenhum estado. Hoje, é reconhecidamente um fato que a TIM tem se esforçado em investir mais na qualidade de sua rede e vem melhorando no segmento móvel. Um bom exemplo disso são pelas reclamações feitas na Anatel contra a operadora que caíram expressivamente. Porém, a Vivo – líder no mercado móvel – permanece sendo a operadora com maiores investimentos e com uma qualidade melhor em boa parte das cidades brasileiras.

Em compensação, a Telefônica sempre recebeu muitos críticas ao serviço fixo prestado no estado de São Paulo. E mesmo após a mudança de nome para Vivo Fixo, Vivo Speedy e Vivo TV, as reclamações desses serviços permanecem sendo as maiores do Grupo. A TIM não, o seu Live TIM – serviço de banda larga via fibra óptica – tem sido um sucesso nas cidades que cobre, apesar de serem poucas. Com velocidades que chegam a até 1 Giga – a maior velocidade banda larga do Brasil para clientes residenciais – os mais de 120 mil usuários que a operadora captou ainda reclamam pouco.

Mas vamos lá, o que seria melhor? Temos duas opções:

  1. A junção da boa qualidade da rede celular da Vivo com a qualidade da banda larga GVT, além da expansão dos serviços de telefonia e TV da Vivo para onde a GVT já atua. Formando o maior grupo de telecomunicações do Brasil por receita.
  2. Ou seria mais interessante a expansão da boa qualidade do Live TIM para as cidades em que a GVT já atua, mesmo o segmento móvel não sendo um exemplo de bom serviço prestado.

A enquete já foi respondida – e a opção 2 foi escolhida. Os votantes parecem querer uma banda larga cada vez melhor. Mas quanto desses votantes conhecem bem o serviço da operadora que votaram? 48% são clientes TIM e 33% usam a Vivo.



É interessante notar como os que votaram permanecem em suas operadoras porque gostam. Salvo algumas exceções, detectamos que a maioria dos participantes que são clientes TIM, também gostaria que ela fosse a futura dona da GVT. O mesmo se dá com a Vivo, grande parte dos seus clientes querem ela como proprietária da operadora. Porém, boa parte dos 19% que são usuários de outras operadoras (como Oi e Claro) enxergam a TIM como uma boa mãe para a GVT, por isso um resultado tão grande de pessoas que votaram a favor da TIM (71%).

Seria implicância com a Vivo? Será que acham que a Vivo já é rica demais para comprar uma outra grande operadora e ficar ainda mais poderosa, ou será que foi somente achismo do que deve ser bom para a GVT? Nossos especialistas não conseguiram decifrar apenas com essa simples pesquisa. Mas se tiverem sido na base dos chutes, esperamos que esses chutes tenham sido certeiros.



Por que na base dos chutes? É porque dos visitantes que votaram, a maioria (67%), sequer são clientes da GVT. Provavelmente conhecem a história ou os serviços prestados pela empresa, mas não tiveram condições de adquirir um combo. Ou podem morar em alguma rua sem cobertura da empresa – situação que é bem comum de ocorrer – diga-se de passagem. Se bem que entre os 34% que ao menos conheceram o serviço prestado pela filha da Vivendi (24% ainda são clientes, outros 10% não são mais), a situação ficou bastante favorável também a TIM. Para que você entenda melhor a proporção do que estamos falando, podemos dizer que apenas 1/4 desses clientes preferem que a Vivo seja a nova controladora da operadora que eles utilizam.

Mas definitivamente, o que deve ser melhor para os consumidores? Precisamos pensar muito sobre isso! Sabemos que para a Vivendi, o que deve falar mais alto são as propostas financeiras. Para nós, a que deve vencer é aquela que tem maior robustez e competência para melhorar ainda mais os serviços da GVT, e não piorá-los ou encarecer seus planos. Nós ficamos aqui na torcida, enquanto a dona da GVT e seus diretores decidem o “futuro da banda larga brasileira”. – Esperamos não ter exagerado com essa frase final.

O que deve mudar com a venda da GVT

Para complementar ainda mais o nosso comentário em relação a essa questão e ajudar a formar a sua opinião sobre a situação, reproduziremos abaixo um artigo da consultoria em telecomunicações Teleco que tocou justamente nesse assunto neste sábado (16), dia em que foram encerradas as votações para nossa enquete. O artigo fala sobre o que pode mudar no setor de telecomunicações brasileiro com a venda da GVT, tanto no sentido financeiro, quanto no quesito de participação de mercado (market share). Vale a pena lê-lo:

A Vivo acumulou no 1 º semestre de 2014 (2S14) uma receita líquida de R$ 17,2 bilhões, inferior à do Grupo América Móvil (Claro/Embratel/Net) no período (R$ 17,4 bilhões) . Caso ocorresse a aquisição da GVT, a receita líquida proforma da Vivo neste período passaria a ser de R$ 19,9 bilhões, garantindo para a Telefônica/Vivo a condição de maior Grupo de Telecom do Brasil por receita.

Caso ocorra uma fusão da TIM com a GVT, a receita líquida proforma da nova operadora passaria a ser de R$ 12,2 bilhões próxima a receita líquida da Oi neste período (R$ 13,8 bilhões).
Efeito semelhante ocorre em relação ao total de acessos (Móveis e Fixo).

Com a incorporação da GVT, a Vivo passaria a ter 103 milhões de acessos no 1S14, ultrapassando o Grupo América Móvil. Já uma fusão da TIM com a GVT levaria a formação de uma nova operadora com 82,9 milhões que se consolidaria na 3ª colocação no total de acessos, a frente da Oi.
Não existe impacto imediato no segmento móvel de uma possível venda da GVT, uma vez que ela atua apenas no segmento fixo, A rede de banda larga fixa da GVT pode, no entanto, ajudar a reforçar o backhaul das redes 3G/4G da Vivo e da TIM.
Uma possível fusão da TIM com a GVT apresenta também pouco impacto no quadro competitivo no segmento fixo (Telefonia fixa, Banda larga fixa e TV por Assinatura), uma vez que a TIM tem uma atuação reduzida neste segmento.
O impacto é maior no caso da Telefônica/Vivo adquirir a GVT. Note-se que a atuação efetiva da Vivo no segmento fixo tem se restringido ao estado de São Paulo. A aquisição da GVT ampliaria esta atuação para todo o Brasil.
Os ativos da GVT e da Telefônica/Vivo apresentam pouca superposição. Dos 154 municípios atendidos pela GVT, apenas 20 (13%) estão no estado de São Paulo. O estado responde por 8,7% dos acessos banda larga fixa e 14,6% dos de TV por Assinatura da GVT.
Com a aquisição da GVT a Vivo voltaria a ser a 2ª operadora de telefonia fixa do Brasil com 15,4 milhões de telefones fixos no 1S14, atrás apenas da Oi.


Com esta aquisição, a Vivo passaria a ser também a 2ª operadora de banda larga fixa do Brasil com 6,7 milhões de acessos no 1S14, atrás apenas da Embratel/Net (7,0 milhões).

Na TV por Assinatura, a Vivo passaria a ocupar a 3ª colocação com 1,5 milhões de acessos, mas ainda distante dos líderes Embratel/Net e Sky.



Resumindo:

  • A aquisição da GVT consolidaria a posição da Telefônica/Vivo como o maior grupo de telecom do Brasil (receita e acessos) e reforçaria a sua posição no segmento fixo, uma vez que, com a fusão, a Vivo passaria a atuar nos principais mercados do país e não apenas no estado de São Paulo.
  • Uma fusão da TIM com a GVT criaria uma operadora de maior porte, com atuação nos segmentos fixos e móvel, em condições de disputar com a Oi a condição de 3º maior grupo de telecom do país.

Nesta semana…

Os modelos de tarifação disponíveis no Brasil. A Claro anunciou na sexta-feira (15) que vai tarifar vários serviços cobrando um valor único diário. Hoje, temos operadoras que cobram as ligações por chamada, por dia, por semana, por mês e ainda por minuto falado. Para você, qual a melhor forma de ser cobrado pelos serviços que utiliza? Esta nova enquete está disponível para votação durante toda a semana. Contamos com o seu voto.

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