24/11/2024

AGORA: Confronto, incêndios e feridos durante desocupação de terreno da Oi no Rio

Bombas de efeito moral foram lançadas, e algumas pessoas atiraram pedras contra PMs.
A Polícia Militar realiza, desde as 5h, a operação de reintegração de posse do terreno da companhia telefônica Oi, no Engenho Novo, na Zona Norte. A área, chamada de Favela da Telerj em referência à antiga empresa de telefonia que funcionava no local, foi invadida no dia 31 de março por cerca de 5 mil pessoas. O imóvel está cercado. No início, os invasores saíram pacificamente. Por volta das 6h50m, foram atirados objetos na direção da polícia, iniciando um confronto. Há bloqueios em ruas da região.

PMs lançaram bombas de efeito moral, spray de pimenta e gás lacrimogêneo, além de disparar balas de borracha. Os invasores jogaram pedras. Três policiais ficaram feridos. Um dos PMs, e uma moradora ficaram desacordados no tumulto. Alguns invasores se sentiram mal com o spray de pimenta. O policial foi retirado do local em uma viatura. Não há informação sobre o estado dos dois.

Há um incêndio em um andar de um dos prédios invadidos. Bombeiros estão no local tentando controlar o fogo. Um carro da Polícia Militar, um ônibus e um micro-ônibus também foram incendiados. Pelo menos três ônibus da PM e três veículos de emissoras de TV foram atacados (TV Globo, SBT e Record). 

A maior parte dos invasores já foi retirada. Um grupo de 150 pessoas que está no terreno perto dos fundos está sendo removido por funcionários da prefeitura e levado para um portão.

Cerca de 1.500 policiais do 2º BPM (Botafogo), 3º BPM (Méier), 22º BPM (Maré), do Bope e do Batalhão de Choque e policiais de várias Unidade de Polícia Pacificadora participam da operação. Estão na área cerca de 50 viaturas da polícia. Um helicóptero da PM e outro dos Bombeiros sobrevoam a região. Uma retroescavadeira está sendo usada para derrubar os barracos, e cinco caminhões da Comlurb carregam os entulhos no terreno do prédio.

A desocupação do espaço, que ficou conhecido como Favela da Telerj, foi discutida em uma reunião na tarde de terça-feira na 6ª Vara Cível do Fórum do Méier. A juíza Maria Aparecida Silveira de Abreu, que concedeu a liminar à empresa de telefonia, na ocasião, ficou de estabelecer a data da desocupação depois que a Polícia Militar fez um planejamento para a retirada das famílias do local. Na reunião, o advogado Humberto Cairo, presidente da 55ª subseção da OAB (Méier), sugeriu que o representantes do estado e do município oferecessem aluguel social para o grupo que ocupa o imóvel até um solução definitiva para o caso. No entanto, não houve acordo sobre essa questão.

Por volta das 5h30, chegou um oficial de Justiça do Fórum do Méier com o mandado de reintegração de posse expedido nesta quinta-feira. Pelas ruas do Engenho Novo, os invasores que foram expulsos tentam salvar os pertences: roupas em sacos plásticos, colchões, televisões e até ventiladores.

Interdição em uma das principais ruas

A operação da polícia provoca a interdição de algumas vias na região, inclusive em um trecho da Rua Sousa Barros, uma das principais do bairro. O fechamento das vias começou por volta das 5h, complicando o trânsito.

Segundo o Centro de Operações da prefeitura, com o bloqueio da Rua Sousa Barros, o trânsito é desviado pelas ruas Propícia ou Silva Freire. Os carros que passariam pala Rua Dois de Maio são desviados pela Rua Álvares de Azevedo. O desvio da Rua Baronesa do Engenho Novo é feito pela Rua Álvaro Seixas.

Já em função da interdição da Rua Bernardo Nunes, o desvio é feito pela Rua Peçanha da Silva. E o tráfego da Rua Brandelina Batalha é desviado pela Rua Vaz de Toledo.

Há retenção na Rua Arquias Cordeiro, no acesso à Rua 24 de Maio e no começo da Avenida Marechal Rondon. Estes pontos, que geralmente já sofrem com o rush da manhã, começaram a engarrafar mais cedo em função das interdições no Engenho Novo. A opção para escapar do trânsito é acessar a Linha Amarela, já que a Avenida Dom Hélder Câmara tem lentidão.

O prefeito Eduardo Paes defendeu na quarta-feira a reintegração de posse do terreno. Ele afirmou que não conhece “nenhuma Favela da Telerj”.

— Eu não conheço favela nenhuma da Telerj e, sim, uma invasão com todas as características que uma invasão profissional pode ter. É um movimento organizado, com pessoas que estão ali loteando, demarcando. Pobre que é pobre, que precisa de casa, não fica demarcando, não aparece com madeirites marcando número. Tem que fazer a reintegração de posse.

Nas redes sociais o assunto “Telerj” é um dos mais comentados pelos internautas.

Um repórter do “Globo” acabou de ser preso por fotografar ação da polícia na desocupação da “Favela da Telerj”.

Outras informações e/ou o desfecho completo do caso a qualquer momento no Minha Operadora.

Com informações de O Globo.
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