Iniciativa serve para abafar manifestações públicas contra aprovação de nova lei.
Nesta quinta-feira, 19, autoridades indianas tentaram conter as manifestações públicas contra uma nova lei de cidadania, interrompendo os serviços de voz, mensagens e internet em várias cidades do país, afetando milhares de pessoas.
A legislação em questão pretende tornar cidadãos todos os migrantes que entraram ilegalmente na Índia, desde que eles pertençam a uma das seis religiões do país, como o hinduísmo, budismo e cristianismo. No entanto, a lei exclui o islamismo, fé que é praticada por 200 milhões de indianos.
O governo diz que a proposta é humanitária, mas manifestantes em todo o país diz que ela é discriminatória e inconstitucional. Desde a aprovação da nova lei, na semana passada, protestos agitam o país, alguns deles se tornando violentos.
As operadoras locais Bharti Airtel e Vodafone Idea receberam ordens das autoridades para interromper as comunicações em cinco áreas do país, principalmente em localização onde protestos estão planejados, para impedir a violência e os distúrbios.
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As empresas desligam as redes celulares nas torres que fornecem serviços de telecomunicações para a população.
Esse tipo de iniciativa tem se tornado comum no país. Segundo o grupo de direitos humanos Access Now, desde 2012, a Índia registrou 373 paradas no serviço de internet, se tornando líder mundial em interrpuções do tipo.
Porém, China e Coreia do Norte, que tem políticas mais restritivas ao acesso à internet, não aparecem nos índices do Access Now devido à falta de dados acessíveis ao público.
Com informações de Reuters e The Washington Post.