23/11/2024

TV paga, a aposta da Copel para conquistar o varejo

É cada vez mais incomum encontrar clientes que contratam telefone fixo, internet e TV por assinatura de diferentes operadoras ou abrindo mão de algum dos itens. A explicação é que as operadoras aproveitam a distribuição de fibra óptica para entregar as três soluções de forma integrada, em troca, é claro, de uma cobrança menos pesada para o bolso do assinante. Pensando neste cenário, a Copel Telecom, braço de telecomunicação da Companhia Paranaense de Energia, resolveu aproveitar a expansão de sua rede de fibra ótica para alcançar um mercado que até o ano passado estava em segundo plano para a empresa: o varejo.

“A expectativa é oferecer pelo menos algum piloto no segundo semestre”, antecipa Antonio Carlos de Melo, superintendente da Copel Telecom. Ele conta que a empresa já trabalha com o mercado corporativo há vários anos e, nessa modalidade, atende a todos os 399 municípios do Paraná por meio da rede de fibra da Sercomtel. Mas para chegar com a fibra óptica em todas as residências e pequenas empresas é necessário utilizar um tipo especial de cabo que, grosso modo, permite dividir um ponto entre vários estabelecimentos próximos. “A rede [que permite dividir o acesso] está aumentando no interior do Estado, onde é o foco”, conta Melo.

Até agora já são quatro cidades atendidas: Curitiba, Ponta Grossa, Irati e Ventania. Melo explica que o objetivo da empresa, como estatal, é fomentar o desenvolvimento do Estado, e por isso foram evitadas as cidades que já contavam com mais de uma opção do serviço. “Também é uma questão geográfica: a gente precisa ter uma sinergia, ir para cidades circunvizinhas. A ideia é criar clusters”, revela.

Até o final do ano devem ser conectadas mais sete cidades e em 2014 esse número deve chegar a 25. Como a rede de fibra óptica permite oferecer também a TV a cabo, a Copel Telecom passou a estudar a possibilidade de entregar o serviço a fim de competir com as grandes operadoras no mercado varejista do interior do Estado.

Segundo Melo, embora a venda de TV por assinatura não seja uma atividade realmente rentável, a intenção de inseri-la no cardápio da Copel Telecom tem como objetivo fidelizar os clientes. Afinal, em vez de contratar apenas os canais de televisão de outra operadora e o telefone e a internet da Copel, o usuário naturalmente prefere obter os três serviços junto à mesma empresa, por questão de facilidade e preço. “Quem ganha muito dinheiro são as produtoras de conteúdo. Quem leva [o sinal até os aparelhos] tem que ter volume muito grande para ganhar. TV é mais fidelizador da internet do que fonte de lucro. Mas claro que, se tem volume, tem ganho. Televisão é negócio de escala. [A Copel Telecom] não vai brigar pela escala”, garante.

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