A GVT observou um bom crescimento nas receitas totais no Brasil, aumentando 15,5% (ou R$ 156 milhões) no comparativo anual e totalizando R$ 1,165 bilhão de acordo com o balanço financeiro da controladora Vivendi referente ao primeiro trimestre de 2013 e divulgado ontem. Mas, se para a operadora foi um bom resultado, para a francesa nem tanto. Por conta da variação cambial, esse crescimento caiu para apenas 1,4% se contabilizado na moeda da União Europeia, totalizando agora 438 milhões de euros contra 432 milhões de euros no mesmo período em 2012.
O EBITDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) fechou o trimestre com queda de 0,6% no comparativo em euros, totalizando 176 milhões de euros. Considerando o valor em reais, o desempenho foi bem melhor: crescimento de 12,6%, totalizando R$ 467 milhões). A margem EBITDA caiu de 41% no começo de 2012 para 40,2% agora. Segundo a empresa, a relação entre EBITDA e Capex está perto do breakeven, isto é, nem lucro, nem prejuízo. Importante notar que o breakeven foi conseguido em 2012, levando em consideração apenas a área de telecom.
O segmento de melhor desempenho foi o de voz, que acumulou R$ 656 milhões no primeiro trimestre, crescimento de 4%. A banda larga, em geral, gerou R$ 327 milhões, aumento de 15,5%. Serviços de VoIP geraram R$ 13 milhões (queda de 13,3%) e a área corporativa e de dados de carrier totalizaram R$ 66 milhões (acréscimo de 8,2%).
A GVT observou uma queda de 12,3% em Unidades Geradoras de Receita (UGR) na venda no varejo de serviços de voz, totalizando R$ 60,6 por mês. As UGR de banda larga também caíram: 7,6%, fechando março com R$ 49,8 por mês. Somente a área de TV paga obteve alta em receitas por linhas, ainda que tímida: 1,3%, ou R$ 77.
De qualquer forma, o segmento de TV por assinatura gerou R$ 103 milhões em receitas (38 milhões de euros), crescimento de 542%. A taxa é alta porque o serviço foi lançado em janeiro de 2012, tendo alcançado 113 mil assinantes já no final de março daquele ano. Atualmente, a companhia conta com 460 mil acessos de TV paga. Entretanto, em termos de adições líquidas, a área não conseguiu manter o mesmo fôlego dos primeiros meses, totalizando 54 mil novos acessos no período, queda de 33,3%.
O total de acessos de banda larga foi de 2,224 milhões, crescimento de 23,6% em relação ao primeiro trimestre de 2012. Nesse número, de acordo com a operadora, 82% das conexões são iguais ou acima de 10 Mbps, crescimento de seis pontos percentuais. Foram 67 mil adições líquidas no acesso a banda larga no período, uma queda de 50,7%. No começo de 2013 foram 3,448 milhões de acessos de voz no 1T13, aumento de 19,1%. O segmento apresentou queda em adições líquidas também: 51,4%, fechando março com 90 mil novas conexões.
A GVT contabilizou um total de 9,299 milhões de linhas em serviço (LIS, na sigla em inglês), crescimento de 34%. Considerando homes-passed, foram 9,557 milhões, aumento de 24,5%. O segmento corporativo sozinho foi responsável por 3,167 milhões de acessos, crescimento de 48,3%, enquanto o do consumidor final e de pequenas e médias empresas totalizou 5,672 milhões de conexões, um avanço de 20,9%. A companhia afirma que expandiu suas operações para mais três novas cidades no começo de 2013, totalizando agora 142 cidades (contra 120 no ano passado).
Somando todos os negócios, a Vivendi registrou queda de 1% nas receitas, que totalizaram 7,051 bilhões de euros. O EBITA caiu 17,2%, fechando março com 1,344 bilhão de euros. O lucro líquido ajustado ficou em 672 milhões de euros, queda de 18,5%. Em comunicado, a companhia francesa afirmou que, “confrontada com um ambiente muito desafiador economicamente, as subsidiárias da Vivendi estão implementando medidas necessárias de adaptação. Consequentemente, os resultados do primeiro trimestre de 2013 estão alinhados com nossa previsão e nos permitem confirmar o guidance anual por todos os negócios do grupo”. A empresa informou no começo deste ano que havia encerrado a oferta pela GVT, após algumas ofertas que não atingiram o valor desejado.