Diante de lobby americano, empresas de telefonia vão se reunir com representantes do governo brasileiro para garantir o uso de produtos chineses.
Ainda não há uma data definida para o leilão do 5G no Brasil, mas as operadoras estão preocupadas com o forte lobby do governo dos Estados Unidos, buscando restringir o acesso de tecnologia chinesa na infraestrutura de rede no país.
Para as empresas de telefonia, uma proibição da entrada de equipamentos da Huawei na rede 5G do Brasil poderia gerar um risco de concentração de mercado, aumento de preços e limitação de tecnologia.
Segundo apurou o jornal Estadão, nas próximas semanas, representantes das teles pretendem realizar reuniões com o núcleo militar e diplomático do governo de Jair Bolsonaro, considerados essenciais para a permissão (ou não) da atuação de empresas chinesas nas redes brasileiras.
Na agenda estão os ministros Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional; Braga Netto, da Casa Civil; e Ernesto Araújo, das Relações Exteriores. Eles poderão discutir temas ligados à segurança cibernética, além de relações estratégicas entre Estados Unidos e China.
A ideia é defender a continuidade do fornecimento de produtos da Huawei no mercado de telecomunicações do país.
Atualmente, a gigante chinesa possui contratos com a Vivo, TIM, Claro e Oi. Somente na infraestrutura de rede 4G brasileira estima-se que a participação da Huawei seja em torno de 40% ou 50%. Boa parte desses equipamentos serão aproveitados na implantação do 5G.
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Os produtos chineses são considerados baratos e de boa qualidade. Caso a Huawei seja proibida de fato, as operadoras ficarão dependentes de apenas dois fornecedores: a sueca Ericsson e a finlandesa Nokia. Com menos competição, existe o risco de maiores custos de operação.
Entretanto, o governo americano propõe, até mesmo, a possibilidade de financiar as redes 5G brasileiras, desde que a Huawei fique de fora.
Na semana passada, o Secretário de Estado americano citou a Vivo, afirmando que em breve a operadora estará livre de equipamentos de fornecedores considerados não confiáveis, uma alusão à Huawei. Consultada pelo Minha Operadora, a companhia não quis comentar o assunto.
Com informações de Estadão.