Hoje, a maioria dos usuários brasileiros de telefonia celular ainda possui aparelhos de segunda geração (2G). Gradativamente, porém, eles estão migrando para terminais 3G e, em breve, 4G. Na opinião do diretor para América Latina da 4G Américas, Erasmo Rojas, as companhias brasileiras vão começar a estimular uma migração maciça de assinantes do 2G para o 3G depois da Copa do Mundo de 2014 e antes das Olimpíadas de 2016. “Para uma operadora é custoso manter três redes ao mesmo tempo”, explica. Na prática, vai acontecer com o 2G o que já foi feito com a tecnologia analógica e com os aparelhos CDMA (no caso da Vivo): as teles vão incentivar a troca dos terminais por modelos com tecnologia mais avançada, com o objetivo de limpar a base e poder em algum momento desligar a rede velha.
Outra razão por trás desse movimento é o reaproveitamento para o 4G do espectro que hoje é usado no 2G. “Dependendo do que acontecer com o 700 MHz no Brasil, a faixa de 1,8 GHz pode ser uma opção”, comenta Rojas. A faixa de 700 MHz é usada hoje por radiodifusores mas será leiloada no futuro para serviços de telefonia celular, como já decidiu o governo federal. E a faixa de 1,8 GHz é aquela hoje adotada pelo 2G em operadoras como Oi e TIM, principalmente.
O executivo lembra que 1,8 GHz é atualmente o espectro com mais redes comerciais 4G no mundo: 65 ao todo, a maioria na Europa. Por ser uma frequência entre aquela adotada nos EUA e os 2,6 GHz adotados para o 4G do Brasil, seria uma faixa ideal para roaming internacional, aposta Rojas. Na América Latina, a República Dominicana utiliza 1,8 GHz hoje para LTE. E as Venezuela provavelmente fará o mesmo.
Atualmente, apenas 17% das conexões móveis na América Latina são HSPA (3G). A grande maioria (79%) são terminais GSM. Essa proporção mudará drasticamente ao longo dos próximos quatro anos. As tecnologias HSPA e HSPA+ representarão 61% do total da região em 2017, enquanto o GSM terá apenas 31%. O LTE (4G) ficará com 7%.